Esportes

Justiça pede prisão de dirigentes do Barcelona por contratos de Neymar

O MP da Espanha pediu uma pena de dois anos e três meses de prisão para o atual presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e sete anos para seu antecessor, Sandro Rossell por crimes fiscais

Justiça pede prisão de dirigentes do Barcelona por contratos de Neymar Justiça pede prisão de dirigentes do Barcelona por contratos de Neymar Justiça pede prisão de dirigentes do Barcelona por contratos de Neymar Justiça pede prisão de dirigentes do Barcelona por contratos de Neymar

Genebra – A transferência de Neymar ao Barcelona pode acabar com a prisão de cartolas que intermediaram a contratação. Nesta manhã, o Ministério Público da Espanha pediu uma pena de dois anos e três meses de prisão para o atual presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e sete anos para seu antecessor, Sandro Rossell, por crimes fiscais no caso da compra de Neymar do Santos para o clube catalão.

Rossel (ex-presidente) e Bartomeu tiveram prisões decretadas pela Justiça espanhola Foto: Estadão Conteúdo

Pelas investigações conduzidas pela Justiça da Espanha, Neymar representou um custo total de 83,3 milhões de euros, e não 57 milhões de euros como havia sido revelado pelo clube.

O MP considera que existem bases para julgar os cartolas e, depois de avaliar 13 contratos entre o jogador e o clube de 2011 a 2013, a conclusão é de que os dirigentes fraudaram o fisco em 13 milhões de euros.

O MP concluiu as investigações que haviam sido iniciadas em 2013 e sugere o julgamento dos cartolas. Além disso, o fiscal pede uma multa de 33 milhões de euros sobre o clube.

Segundo a Justiça, Rosell “encobriu ou ocultou o que seria na realidade um aumento do custo para o clube da compra do jogador”. Rosell era amigo pessoal de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e manteve uma série de acordos com o ex-dirigente brasileiro. Um deles foi o contrato da Nike com a CBF.

De acordo com o MP, Rosell tentou “fragmentar o pagamento em diversas partes”, simulando transferências para empresas que só existiam no papel.

Em fevereiro, a Justiça da Espanha aceitou a denúncia contra Bartomeu, e o indiciou por crimes financeiros no caso da compra de Neymar. Grupos de sócios já pediam sua renúncia, o que seria o segundo caso da queda de um dirigente do Barcelona por conta dos contratos secretos de Neymar. No ano passado, foi Sandro Rosell quem teve de abandonar o clube depois das denúncias.

A principal denúncia é de uma fraude milionária na contratação de Neymar. O juiz Pablo Ruz aceitou a denúncia e indicou o cartola por uma fraude ao Fisco de mais de 2,8 milhões de euros. O dinheiro seria a parcela de impostos que o Barcelona deveria ter pago na contratação do brasileiro. Mas como os contratos eram secretos e os valores jamais foram divulgados, a sonegação fiscal teria sido milionária ainda em 2014.

As investigações apontaram que o clube catalão deixou de pagar à Fazenda cerca de 2,6 milhões de euros por conta de um contrato de 40 milhões de euros com o jogador. Esse contrato foi assinado em 3 de junho de 2013, mas jamais foi apresentado aos sócios ou aos fiscais de renda.

No dia 31 de julho de 2013, mais um contrato secreto, indicando o pagamento de mais 5 milhões de euros a Neymar. Para o MP, cabia ao Barça registrar essas contratos e pagar seus devidos impostos no exercício fiscal de 2014, o que não ocorreu.

O clube ainda sonegou 234 mil euros em contratos de imagem do brasileiro e outros 11,7 mil euros por um contrato com o pai de Neymar, avaliado em 22,5 mil euros. Rosell e Bartomeu ainda são acusados de fraude e sonegação em 2011 e 2013.

Antes do indiciamento, o Barça emitiu um comunicado em que dizia que estava “indignado” com a denúncia.