Campeã na vida

Karolanny Magalhães quer servir de inspiração para colegas de comunidade em Guarapari

Atleta de 14 anos, moradora da comunidade Concha D’Ostra em Guarapari (ES), quer voltar ao clube para mostrar o que aprendeu em Brasília

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2025.09.15 - Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025 - Wrestling - Cerimônia de premiação da modalidade Wrestling Livre (-71kg) Masculino. A embaixadora atleta Olímpica de Wrestling Giulia Penalber entrega medalhas de bronze para Isaque de Sá Barbatto (ES) e Amir Abdollahzadeh (RO), de prata para Matheus Maxminiano de Souza (RJ) e de ouro para Luis Fernando da Costa Moraes (RR). Foto: Juliana Ávila/COB -IG: @javilaphotos / @timebrasil
Karolanny disputou pela primeira vez os Jogos da Juventude (Foto: COB/Divulgação)

De acordo com estudo do Instituto Jones dos Santos Neves, do Espírito Santo, com base no Censo de 2022 do IBGE, divulgado em novembro do ano passado, a cidade de Guarapari possuiu 22 “favelas e comunidades urbanas”.

Esse termo se refere a “territórios populares originados de estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente, de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros)”.

Entre as 22 comunidades citadas no estudo está Concha D’Ostra, local em que Karolanny Magalhães e sua mãe, a convite de uma tia dela, passaram a viver depois de saírem de Rio das Outras e Campos, no Rio de Janeiro, em busca de condições melhores.

O esporte veio para apresentar uma outra realidade para a jovem que andou de avião e se hospedou num hotel pela primeira vez para chegar a Brasília (DF) e disputar os Jogos da Juventude, maior competição do Brasil para atletas até 17 anos de idade.

“Tive um pouco de medo do avião, mas estou acostumada a lutar contra o medo. A experiência de ficar no hotel, ter o café da manhã, tem sido muito boa. Eu não conhecia ninguém da equipe, fiz muitas amizades. Gosto muito das minhas colegas e elas gostam de mim. É tudo maravilhoso, muito bom estar aqui”, conta Karolanny.

Karolanny começou na luta por acaso

A jovem lutadora de 14 anos está há apenas oito meses praticando a modalidade. E conta que entrou por acaso no esporte.

“No aniversário de uma amiga, conheci o irmão dela e ele disse que ia começar a fazer luta olímpica num projeto perto da minha casa, na Concha. É o projeto da professora Júlia Noleto. Comecei com 13 anos, gostei, fui evoluindo. Na primeira aula, ela passou uns movimentos e eu fazia tudo errado. Já competi em Vitória e fiquei na segunda posição”, contou.

Treinador e chefe da delegação de wrestling do Espírito Santo em Brasília, Josemar Pegorette destaca da importância dos Jogos da Juventude no papel de inclusão de jovens no mundo esporte.

“A professora Júlia Noleto é uma professora nova, mas com muita experiência como atleta, inclusive participou dos Jogos da Juventude. Ela vem desenvolvendo esse trabalho na associação, não só com a Karolanny, mas com vários jovens que fazem parte do projeto e da comunidade. Os Jogos da Juventude, para essa parcela de atletas, representam uma grande conquista e mostram uma outra realidade que, sem eles, não se abriria”, disse o treinador.

Inspiração para as colegas em Guarapari

Com pouco tempo de prática do esporte, Karolanny acabou derrotada na primeira luta por touche (encostamento no chão).

Mas a experiência de vida que ela leva será fundamental para sua caminhada na vida. E Karol, quer inclusive, que outras meninas como ela possam vivenciar a mesma experiência que ela.

“Para mim, essa experiência vai trazer grandes mudanças e vai me inspirar ainda mais. Quero intensificar meus treinos para competir novamente e viajar. Está sendo muito proveitoso. Assistindo às lutas, observei algumas posições que poderei usar nos próximos campeonatos e posso compartilhar esse conhecimento com as meninas da minha academia. Acho que posso incentivar para que elas se esforcem também e também tenham a oportunidade de conhecer outros lugares”, completou

ES tem agora seis medalhas nos Jogos da Juventude

segundo bloco dos Jogos da Juventude começou na segunda-feira (15) e vai até sábado, com disputas nas águas abertas, basquete, futsal, remo indoor/virtual, triatlo, vôlei de praia e wrestling.

O Espírito Santo tem até agora seis medalhas: um ouro, uma prata e quatro bronzes.

O “Time ES” participa dos Jogos da Juventude com 179 atletas e busca medalhas em 19 modalidades. O objetivo é superar a marca da edição do ano passado, realizada em João Pessoa (PB), quando os capixabas conquistaram 19 medalhas: cinco ouros, nove pratas e cinco bronzes.

Medalhas do ES nos Jogos da Juventude

Ouro

  • Atletismo: Davi Gabriel Bastos da Silva (marcha atlética)

Prata

  • Tiro com arco: Eliana Azevedo e João Felipe Miled (dupla mista)

Bronze

Wrestling: Isaque de Sá Barbatto.

Atletismo: Melissa Marinato (lançamento de dardo)

Ciclismo: Ricardo Fiório Cardoso (prova de velocidade)

Natação: Isabella Luchi (100m peito)

Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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