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Liderada por Medina, 'Brazilian Storm' compete em torneio com ondas artificiais

Os ingressos para a Founders Cup estão esgotados para os dois dias de disputa

Liderada por Medina, ‘Brazilian Storm’ compete em torneio com ondas artificiais Liderada por Medina, ‘Brazilian Storm’ compete em torneio com ondas artificiais Liderada por Medina, ‘Brazilian Storm’ compete em torneio com ondas artificiais Liderada por Medina, ‘Brazilian Storm’ compete em torneio com ondas artificiais

A Liga Mundial de Surfe (WSL) vai promover neste final de semana um evento inédito com a presença dos principais surfistas da atualidade em uma disputa entre países ou regiões. A competição está sendo considerada como um divisor de águas na modalidade, pois será realizada em uma piscina com ondas, com horário marcado e transmissão para mais de 100 países.

Os ingressos para a Founders Cup estão esgotados para os dois dias de disputa, que reunirá 25 surfistas em equipes do Brasil, Estados Unidos, Austrália, Europa e Resto do Mundo. O evento é um novo marco para a modalidade, pois graças à tecnologia das piscinas de ondas poderá ser realizada sem depender das condições climáticas.

O Brasil terá como capitão o campeão mundial de 2014, Gabriel Medina, além de Adriano de Souza, o Mineirinho, Filipe Toledo, Silvana Lima e Tainá Hinckel. Os times são mistos e o formato de disputa inclui uma primeira etapa neste sábado, a partir das 12h30 (horário de Brasília), com as grandes finais neste domingo.

“Já dá para lembrar a Olimpíada. O que a gente faz hoje no Circuito Mundial é muito individual e agora vamos trabalhar em equipe. É o primeiro evento que vamos ter, os países trabalham desta forma na Olimpíada, então já vai dar para sentir um pouco desse gostinho”, comentou Gabriel Medina.

O formato de disputa é simples. Cada atleta vai surfar três ondas para a esquerda e três para a direita. Não tem erro. A melhor nota para cada lado entra para o somatório da equipe. Ao final do dia, os três times mais bem colocados vão para a final, disputada no dia seguinte.

O formato de disputa da decisão muda completamente. Serão cinco baterias entre os três países finalistas e contará a maior nota entre as quatro ondas surfadas de cada um. A pontuação será dada para a colocação em cada bateria, sendo que as baterias 4 (para mulheres) e 5 serão as mais importantes. Por isso, a definição da ordem dos surfistas que vão competir é muito importante.

Nas competições de ondas não naturais, a disputa tem tudo para ser bem nivelada. “É diferente por ser em uma piscina. Todas as ondas são parecidas, são perfeitas, e a gente sabe que a onda vai vir. É bem diferente do mar, pois lá você não sabe quando a onda chegará, se vai ser boa ou não. Ali é negócio certo, vai ser boa, de três em três minutos vem uma onda perfeita e tem de surfar”, disse Gabriel Medina.

Apesar da fartura de ondas, ele lembra que não é tão simples assim. “É um pouco difícil, pois ali a onda não corre, ela vai reta numa direção e vai quebrando, então é muito diferente. Em questão de força, é bem parecida com a do mar, tem tubo, dá para fazer manobra, é uma onda divertida. Ela vai para direita e esquerda. No circuito, temos poucas etapas com ondas para esquerda, então é um local que eu posso surfar de frontside e mostrar um pouco do que sei fazer”, comentou.

A tarefa dos brasileiros não será fácil, até porque as outras equipes são muito fortes. Nos Estados Unidos estarão Kelly Slater, o “dono” da onda e que criou essa tecnologia voltada para o surfe de alto rendimento, John John Florence e Carissa Moore, entre outros. Na Austrália, os representantes são Mick Fanning, Tyler Wright e Stephanie Gilmore. E o evento terá ainda Jordy Smith, Jeremy Flores e Kanoa Igarashi, entre outros.

“O Brasil está cheio de bons surfistas. Estamos nós ali, mas se estivessem outros o time também seria forte. Temos de aproveitar esse momento que o Brasil tem excelentes atletas e ir para cima”, avisou Gabriel Medina, que tem na memória uma ótima lembrança do local: foi lá que ele ganhou o primeiro evento no Surf Ranch, um teste que a WSL realizou no ano passado.

A competição é importante, mas para além disso a organização quer transformar o evento também em entretenimento. Haverá shows musicais e quem adquiriu o ingresso vip (ao custo de R$ 33,5 mil) terá a oportunidade de surfar no local nesta segunda-feira. É o surfe como negócio entrando em um novo patamar graças à tecnologia.