Rio –
Quando Michael Phelps encerrou sua entrevista coletiva, nesta quarta-feira, no Parque Olímpico, Gustavo Borges tentou puxar uma frustrada salva de palmas. “Vocês sabem quem estava ali?”, perguntou o medalhista brasileiro aos jornalistas que se divertiram com a sua atitude. Quem estava ali era uma nadador muito diferente daquele que se aposentou brevemente depois dos Jogos de Londres, quatro anos atrás, como o maior medalhista olímpico de todos os tempos.
O novo Michael Phelps não circula mais com fones cobrindo a orelha. Caminha pela Vila dos Atletas e tem a oportunidade de encontrar alguns esportistas que admira, como Novak Djokovic, e muitos que o têm como ídolo. “Antigamente eu não conversava com ninguém, ficava com meus fones. Hoje sou mais aberto, mais descontraído. Hoje (quarta) passei pelo Djokovic e falei: ‘Quero uma foto com ele’. É maravilhoso isso”, comentou Phelps, em uma entrevista em que, como tem feito nos últimos anos, pareceu falar de coração.
O próprio nadador admite que só nos últimos dois anos é que caiu a ficha do que ele já fez e de quem ele é. Mais do que isso, da oportunidade que ele teve e tem na vida. “Estou me divertindo, estou feliz. Eu gosto muito do que eu faço. Cheguei a um ponto que qualquer que seja meu desempenho, eu tenho certeza que eu terei encerrado minha carreira da forma que eu desejava.”
Pai há menos de três meses, Phelps fica com os olhos brilhando quando fala de Boomer, seu filho com Nicole Johnson. A esposa envia fotos do primogênito o tempo todo e o fato de poder competir diante do filho motiva o norte-americano. “Meu filho assistir minha talvez última Olimpíada é algo que eu quero compartilhar com ele. Quer dizer, talvez a última, porque se de repente eu estiver aqui de novo daqui quatro anos vocês vão bater em mim”, disse, brincando, aos jornalistas. Não será surpresa vê-lo de novo em 2020.