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Ministro do Esporte crê em recredenciamento de laboratório de controle de dopagem

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Rio – Descredenciado em 2013 pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), o Laboratório Brasileiro de Controle do Dopagem (LBCD/Ladetec) está pronto para receber a reacreditação e estar apto a fazer o controle antidoping nos Jogos Olímpicos de 2016. Essa garantia foi dada na manhã desta sexta-feira pelo ministro do Esporte, George Hilton, que visitou as instalações do LBCD, no Rio.

A nova aprovação da Wada deve ser dada na próxima quarta-feira, em reunião do Conselho de Fundadores da entidade que será realizada em Montreal, no Canadá. Se o laboratório for recredenciado, ele já cuidará dos exames dos eventos-teste da Olimpíada que serão realizados no Rio a partir de julho.

“Nós temos no hemisfério sul apenas dois laboratórios credenciados, em Johanesburgo (África do Sul) e Sydney (Austrália). O Brasil será o terceiro”, destacou Hilton. Ele garantiu ainda que o governo federal seguirá investindo no laboratório. “Num ano em que estamos num quadro que precisa de ajustes (financeiros), não comprometeremos em nada o que estava reservado para os Jogos Olímpicos”, insistiu o ministro, afirmando que essa garantia foi dada pela presidente da República, Dilma Rousseff.

Ricardo Leyser, secretário executivo do ministério do Esporte, considera que a aprovação é apenas uma questão protocolar. “Todas as etapas de auditoria da Wada já foram feitas e foram um sucesso. Estamos muito confiantes”, declarou. “Este é um dos maiores legados que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos deixam para os brasileiros.”

“CHAMPIONS LEAGUE” – “São pouquíssimos os laboratórios em todo mundo (credenciados pela Wada). De um total de 20 mil que se acredita existir, apenas 32 estão credenciados, e esperemos que em breve sejam 33”, declarou Marco Aurelio Klein, secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, referindo-se à expectativa de o LBCD receber a certificação da Wada. “Isso nos coloca na Champions League do controle de dopagem”, comparou Klein, numa analogia ao mais badalado torneio de futebol de clubes do mundo.

O laboratório pertence ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e está funcionando em um novo prédio da UFRJ, na Ilha do Governador, desde o início de agosto do ano passado. Segundo o ministério do Esporte, a União investiu R$ 134 milhões no LBCD, com recursos oriundos da própria pasta e do ministério da Educação.

Em 2013, o então Ladetec perdeu o credenciamento junto à WADA que vinha desde 2002, o que provocou preocupações nas autoridades num período em que o Rio de Janeiro já era a próxima cidade olímpica. “O que aconteceu foi uma defasagem tecnológica: enquanto a dopagem se sofisticava, o laboratório ficava para trás”, lembrou Francisco Radler, coordenador do Ladetec. “Mas, com esta percepção do governo sobre a necessidade de investimento maciço, hoje estamos de novo no mesmo nível dos demais laboratórios creditados a nível mundial.”

Atualmente, o LBCD/Ladetec conta com 60 profissionais, “número que já faz parte do esforço olímpico”, segundo Radler. Durante a Olimpíada de 2016, esse número subirá quatro vezes, chegando a 240. Desses, a ideia do laboratório é que pelo menos 100 sejam voluntários oriundos dos outros laboratórios espalhados pelo mundo.