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Mudança de alerta do coronavírus para pandemia pressiona os Jogos de Tóquio

Mudança de alerta do coronavírus para pandemia pressiona os Jogos de Tóquio Mudança de alerta do coronavírus para pandemia pressiona os Jogos de Tóquio Mudança de alerta do coronavírus para pandemia pressiona os Jogos de Tóquio Mudança de alerta do coronavírus para pandemia pressiona os Jogos de Tóquio

O aumento no nível de alerta feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mudando o status do coronavírus para pandemia (a última das seis fases de classificação de surtos), coloca ainda mais pressão no Comitê Olímpico Internacional (COI) e no Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio. A competição está marcada para começar em 24 de julho, no Japão, mas essa decisão muda o cenário jurídico para a realização do evento.

A próxima reunião executiva do COI está marcada para 15 de junho, em Lausanne, mas dada a importância do assunto ela poderia até ser convocada emergencialmente antes disso. O posicionamento do comitê internacional sobre a manutenção da Olimpíada na data programada se deu logo após uma reunião com a OMS, que não haver motivos para mudanças, mas que iria monitorar a situação. Só que o alerta de pandemia deixa esse panorama mais complexo.

Se em um ou dois meses o problema do coronavírus continuar crescendo no mundo – a velocidade de propagação da doença nesse momento é alta -, o COI terá de tomar uma decisão mais drástica. Obviamente não existe ainda um prazo para isso acontecer, pois uma mudança de data dos Jogos ou cancelamento afetaria atletas, patrocinadores e a cidade-sede, entre outros.

São alguns cenários que estão colocados. O primeiro é manter como a programação está, mas para isso o ideal seria o coronavírus estar sob controle no mundo e a OMS rebaixar o status de pandemia. Para se ter uma ideia, quando a entidade declarou pandemia em 2009 com o surto de Influenza A (H1N1) levou um ano e dois meses para que isso fosse alterado.

Outra possibilidade é a realização dos Jogos Olímpicos sem a presença de público (caso o coronavírus continue sendo uma pandemia). É uma medida extrema, mas que resolveria o problema de uma contaminação maciça. Só que essa alternativa não garantiria a saúde dos atletas, que ainda estariam sob risco de pegarem a doença. E necessitaria de acordo com os patrocinadores.

É possível ainda adiar o evento por um ano. O COI teria de mudar sua Carta Olímpica, que rege que os Jogos precisam ser realizados em 2020, e teria de fazer um aditivo no contrato com a cidade-sede, pois a realização do evento é prevista apenas para este ano. Isso daria tempo para ter um controle maior sobre o coronavírus e, apesar de atrapalhar a preparação dos atletas, eles teriam tempo de se ajustar e também de finalizar as classificações para Tóquio (muitas estão sendo adiadas).

E o pior dos cenários seria o cancelamento da Olimpíada. É uma situação limite, que obrigaria a devolução do valor dos ingressos para os fãs que os compraram e faria com que o COI e Comitê Organizador entrassem em uma grande batalha jurídica sobre seguro. É muito dinheiro envolvido. “Tóquio-2020 nunca falou sobre cancelar os Jogos. Os preparativos continuam como planejados”, disse em nota o Comitê Organizador.

Na história, os Jogos Olímpicos só foram cancelados por causa da Primeira (1916) e Segunda Guerra Mundial (1940 e 1944). O COI não quer que isso aconteça novamente, desta vez por causa de uma pandemia, e esse debate estará na mesa na próxima reunião do Comitê Executivo. O presidente da entidade, Thomas Bach, tem força nessa instância de decisão, que deve sair de forma unânime. Se a emergência médica não mudar até lá, o debate será longo.