Pela História, no papel, na teoria, era da seleção da Suíça o favoritismo sobre a equipe de Portugal na porfia desta quarta-feira, dia 5 de Junho, por uma das semifinais da Nations League da Europa, na sua primeira edição, anos de 2018/19. Em 22 cotejos anteriores, a “Die Nati”, ou “A Nacional” dos helvéticos, levava uma vantagem farta de 10 triunfos a 7 sobre a esquadra das “Cinco Quinas” dos lusitanos, 32 gols a 27. Além disso, fôra a melhor das 55 inscritas na fase preliminar, de grupos, da competição, 3 vitórias e uma derrota, largos 14 tentos a 5, contra os 2 sucessos e os 2 empates do adversário, 5 gols a 3.
Ocorre, porém, que o cotejo se desenrolou no Estádio do Dragão da cidade do Porto, com platéia basicamente rubro-verde, 50.083 pessoas. Além disso, sob Fernando Santos, um ex-zagueiro de 64 anos e um treinador desde 1988, a esquadra das “Cinco Quinas” permanecia invicta, em casa, desde a sua posse, em Setembro de 2014. Havia caído, então, Paulo Bento, depois de um patético fracasso doméstico, Albânia 1 X 0. Santos já ostentava 12 prélios sem perder. Do lado oposto, Vladimir Petrovic, um bósnio de Sarajevo, antigo armador de 55, treinador desde 1997, com a “Die Nati” também desde Setembro de 2014, carregava o peso incômodo de 4 fracassos e uma igualdade nos seus últimos 9 jogos, inclusive um grotesco Qatar 1 X 0 em Lugano, na Suíça Italiana.
Faltou a Petrovic, de todo modo, um cidadão batizado de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, 34. Empenhado na sua transferência à Juventus de Turim, na Itália, ele, mais conhecido por CR7, não tinha envergado a “camisola” de Portugal na fase preliminar. O prélio do Porto transcorria equilibrado, até com certa primazia da Suíça, quando, aos 25’, na cobrança precisa de uma infração que ele próprio havia sofrido, o capitão das “Cinco Quinas” fulminou de destra o perplexo arqueiro Yann Sommer, 1 X 0, o seu “golo” de número 86 em 157 aparições com a representação da sua pátria. Entretanto, um “golo” que não desenxabiu a “Die Nati”. E a Suíça reassumiu as iniciativas através do restante do primeiro tempo e também de quase toda a etapa derradeira.
Então, entre os 53 e os 54’ se acumularam duas situações surrealistas, as mais impagáveis desde a implantação do VAR, o árbitro de vídeo. Primeiro, Semedo, de Portugal, derrubou St. Zuber na sua grande área. Na dúvida, Felix Brych, o mediador da Alemanha, permitiu que o cotejo prosseguisse enquanto o VAR fazia a sua verificação. No lance imediatamente subseqüente, no outro lado, Schaer derrubou Bernardo Silva. Ora, fazer o quê? Brych agiu com a correção indispensável. Confirmado o penal de Semedo em St. Zuber, evidentemente invalidou o lance posterior e optou pelo original. Ricardo Rodriguez converteu, 1 X 1. Civilizadamente, a torcida lusitana compreendeu e não vaiou.
Convenhamos, a Suíça merecia a igualdade. Só que, e aqui vai uma repetição compulsória, faltou-lhe o CR7. E também num intervalo de sessenta segundos, praticamente sozinho, ele devastou “A Nacional” dos helvéticos. Aos 88’, com uma virada espetacular, no miolo da área da rival, realizou 2 X 1. Mal a Suíça deu a saída, Portugal recuperou a pelota e o CR7 escapuliu através do flanco esquerdo do gramado. Pouco além da entrada da área, pedalou e re-pedalou bem à frente do atônito Kevin Mbabu e arrematou cruzado, de destra, sem chances para Sommer, seu “golo” de número 88, o seu sexto “hat trick” com as “Cinco Quinas”. Claro, logicamente Cristiano Ronaldo levou a bola para casa.
Nesta quinta-feira, a outra das semifinais da NL
DIA 6
HOLANDA X INGLATERRA
Estádio Dom Afonso Henriques, 30.000 lugares
Na história: 21 jogos
Hol 6vit – 9emp – Ing 6vit (gols: 26 X 30)
Nesta NL
Holanda – 2vit/1emp/1der (8gp X 4gc)
Eliminou França e Alemanha
Inglaterra – 2vit/1emp/1der (6gp X 5gc)
Eliminou Espanha e Croácia
Silvio Lancellotti/ Portal R7!