São Paulo –
A natação brasileira vai para os Jogos do Rio com a missão de quebrar o recorde de medalhas em uma mesma edição. A delegação recorde formada por 33 atletas sonha em compensar a extensa preparação para o ciclo olímpico com um número de prêmios maior do que as três obtidas em Atlanta, em 1996, quando o País obteve uma prata e dois bronzes.
“A meta geral seria fazer o maior número de finais, ter todos os revezamentos, ou grande parte deles, entrando nas decisões e bater o número de três medalhas”, afirmou o técnico Alberto Silva, chefe da delegação de nadadores do Brasil. A equipe embarca nesta terça-feira ao Rio após ter finalizado em São Paulo a longa preparação para a Olimpíada.
A maior delegação da história teve o auxílio de mais de 30 membros da comissão técnica, entre treinadores, fisioterapeutas e médicos. O grupo afirma ter realizado o ciclo olímpico mais adequado da história, com a presença em variadas competições, patrocínios e atenção a detalhes minuciosos. A fase final contou com a utilização de óculos de luz e luvas de resfriamento para auxiliar os nadadores a se acostumarem com o horário das provas no Rio, com as finais por volta das 22h.
Em São Paulo a delegação está concentrada desde o dia 25 de julho. “Não nos faltou nada. Tivemos antes treinos em altitude (nos Estados Unidos), competições em vários lugares e auxílio com viagens. Não subiremos no bloco sozinhos. Se a medalha vier, será como uma pizza. Cada um, sejam pessoas, governo ou empresas, vai ter uma fatia”, explicou Thiago Pereira, um dos favoritos à medalha nos 200 metros medley.
A própria cobrança por resultados expressivos não tira a tranquilidade da delegação. “A pressão vem muito mais quando você não fez um bom trabalho na preparação. O que mais nós temos é a ansiedade de mostrar o quanto nos preparamos bem”, explicou o chefe da delegação. “A gente não pode reclamar de preparação. Está tudo a nosso favor. Então, é só ir para o Rio e fazer um bom resultado”, comentou Felipe França.
A confiança abrange até a equipe feminina. Os treinadores afirmam que a presença recorde de 11 mulheres mostra o quanto a modalidade vive momento positivo. “É claro que ainda estamos na metade do número de provas do masculino, mas já estamos em outro patamar em comparação aos últimos quatro anos”, afirmou o treinador da delegação feminina, Fernando Vanzella.
SEM FESTA – A cada Olimpíada a natação repete o ritual de ter que assistir a cerimônia de abertura pela televisão. Como parte das provas de modalidade começa tradicionalmente já no primeiro dia de competições, os atletas lamentam estar fora do desfile das delegações que marca a festa, que será na próxima sexta-feira, no estádio do Maracanã.
“Até seria uma honra estar na abertura, mas não vou poder. Pelo menos pela primeira vez vou poder ir à cerimônia de encerramento. Em outras Olimpíadas tive que voltar para o Brasil antes”, afirmou Thiago Pereira, presente nas três edições anteriores dos Jogos.
Bruno Fratus relembrou que até mesmo no Pan-Americano a natação costuma ter compromissos logo no dia seguinte à abertura e, assim, inviabiliza a presença. “Desde que tenho lembrar, nossa equipe nunca pode participar da abertura. Isso sempre me pareceu normal, então nunca cheguei a ter expectativa”, disse.