Rio –
O presidente em exercício Michel Temer deverá fazer apenas um pronunciamento protocolar de menos de 10 segundos na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em uma precaução para o risco de ser vaiado, na noite de sexta-feira. Para o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, se isso acontecer no Maracanã na sexta, não será nem a primeira nem a última vez.
“Eu creio que o brasileiro irá aplaudir a Olimpíada. Isso não é razão de preocupação. Como dizia Nelson Rodrigues: ‘No Maracanã se vaia até minuto de silêncio’. Se ocorrer, também não é razão de sobressalto. Se alguém for vaiado ou aplaudido, não será o primeiro nem será o último”, avaliou o ministro, nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Estadão.
Picciani estava na Vila Olímpica, onde participou de uma cerimônia protocolar em que, em teoria, é decretada trégua entre as nações por conta dos Jogos Olímpicos. Ele aproveitou para minimizar qualquer incômodo com a declaração do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que no domingo disse que os Jogos estão sendo organizados “a la Brasil”, numa referência aos “desafios de última hora” dos organizadores brasileiros.
O ministro fez outra leitura. “Os Jogos ‘a la Brasil’ seriam os Jogos com a marca da hospitalidade, do bom humor, da forma carinhosa de receber dos brasileiros. Foi uma declaração muito positiva, reconhecendo a capacidade dos brasileiros”, opinou.
Picciani também negou que o governo federal tenha qualquer tipo de “preocupação” com relação aos Jogos, apenas “atenções”. “As operações de segurança, transporte, atletas, áreas de treinamento e de provas, estão todas absolutamente prontas, seguindo todos os protocolos, e não tivemos nenhum sobressalto ou preocupação. Apenas atenção necessária num evento desse porte.”