Esportes

No Rio Open, sérvio Laslo Djere dedica 1º título da carreira aos pais

No Rio Open, sérvio Laslo Djere dedica 1º título da carreira aos pais No Rio Open, sérvio Laslo Djere dedica 1º título da carreira aos pais No Rio Open, sérvio Laslo Djere dedica 1º título da carreira aos pais No Rio Open, sérvio Laslo Djere dedica 1º título da carreira aos pais

Laslo Djere, o surpreendente campeão do Rio Open, dedicou o seu primeiro título da carreira aos pais, que já faleceram. O tenista da Sérvia conquistou o troféu no saibro do Jockey Club Brasileiro ao derrotar na final o canadense Felix Auger-Aliassime por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/5.

“Sonhei com esse momento toda minha vida”, celebrou o tenista de 23 anos, que já perdeu seus pais, ambos vítimas de câncer. “Dedico essa conquista aos meus pais. Perdi minha mãe há sete anos, e meu pai há dois meses. Eles sempre me apoiaram, sou o que sou graças a eles. São a razão de eu estar aqui hoje, e espero que de alguma maneira estejam assistindo essa conquista”, disse o jogador, quase em lágrimas diante do seu troféu.

Em sua trajetória até o título, Djere surpreendeu ao eliminar logo na estreia o austríaco Dominic Thiem, atual número 8 do mundo e então maior candidato ao troféu do Rio Open. “Quando cheguei aqui não imaginava vencer o torneio, principalmente depois de sair a chave e saber que enfrentaria o Thiem na estreia. Mas fiz bons treinos e comecei a acreditar mais. Espero que esse título seja o começo de uma história no tênis”, afirmou o sérvio.

Ele admitiu se inspirar no compatriota mais famoso, Novak Djokovic, dono de 15 títulos de Grand Slam. “É uma grande inspiração para mim. Cresci vendo ele jogar e imaginando se um dia poderia estar disputando grandes torneios também”, declarou Djere, antes de elogiar também o seu oponente na final. “Foi um jogo difícil emocionalmente e fisicamente. Felix é talentoso e tenho certeza de que ganhará muitos troféus no futuro.”

O canadense de apenas 18 anos é considerado um dos talentos mais precoces do circuito. Tanto que, ao disputar sua primeira final de nível ATP neste domingo, ele se tornou o mais jovem tenista desde 2009 a jogar uma partida deste nível. Além disso, será o mais novo e único tenista nascido neste século a figurar no Top 50 do ranking. Aliassime trocará o 104º pelo 59º posto da ATP, em sua melhor performance no ranking.

“Estou decepcionado por perder a final, mas vou ter outras chances e tenho que pensar nas coisas positivas. Foi um dos torneios mais especiais que joguei, ter o Guga na plateia na final, uma grande inspiração, foi incrível. Agradeço a todos que torceram por mim, vou continuar trabalhando e espero voltar no ano que vem”, disse o canadense, referindo-se ao brasileiro que entregou o troféu ao campeão.

AVALIAÇÃO – Diretor do Rio Open, Luiz Carvalho fez avaliação positiva desta sexta edição do torneio, apesar da ausência de tenistas de maior peso e da queda precoce dos principais favoritos, logo na primeira rodada. E prometeu manter o esforço para trazer mais atletas do Top 10 para a edição de 2020.

“Neste ano foi mais difícil, mas vamos seguir trabalhando para isso. Também estamos na luta para mudar o torneio para quadra dura, que é uma maneira de convencer esses nomes a jogar aqui”, explicou Carvalho. A busca pela mudança de piso, que já dura alguns anos, pode favorecer a vinda de tenistas de maior peso, que preferem se manter no piso duro nesta época do ano dominada por esta superfície nos torneios mais importantes, como o Aberto da Austrália, em janeiro, e os Masters 1000 de Indian Wells e Miami, em março.

Luiz Carvalho revelou ao fim do torneio que o público foi superior às últimas edições. “Estimamos um público superior a 50 mil torcedores, melhor que os dois últimos anos. A rodada de sábado parecia como a dos anos em que o Nadal (espanhol Rafael Nadal) veio. A cada ano que passa, nosso torneio cresce”, comentou o diretor da competição.