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Robson Conceição mira título em 2019: 'No fim do 1º semestre estarei pronto'

Medalhista de ouro na Olimpíada do Rio, em 2016, Robson Conceição sabe que para conquistar o título mundial no boxe profissional um detalhe a mais no treinamento pode fazer a diferença. Por isso, passa rotineiramente por testes físicos no Núcleo de Alto Rendimento (NAR), no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, para aperfeiçoar e corrigir falhas em seus treinos diários.

Em uma dessas sessões, Robson, de 30 anos, conversou com o Estado. Contou detalhes de seu treino, revelou sua ansiedade por disputar o título mundial, falou de sua rotina em Salvador ao lado da mulher e dos filhos, disse que o primeiro lugar no pódio olímpico não mudou sua forma de viver, reclamou da falta de reconhecimento e previu a disputa do cinturão mundial no primeiro semestre de 2019. "Liga lá. Vê se eles topam, que eu luto agora", disse Robson, sempre simpático e bem-humorado.

Robson viaja dia 13 para os Estados Unidos, onde vai enfrentar o mexicano Hector Suarez, em 18 de janeiro, em Verona.

O que os testes físicos no NAR ajudam no seu desempenho?

Em todos os sentidos. Consigo corrigir falhas no treinamento diário e equilibro o meu desenvolvimento muscular. É possível sentir a diferença cada vez que passo por uma sessão. Este acompanhamento vai fazer a diferença para eu ganhar o título mundial.

Quando isso vai acontecer?

Em 2019, ou vai ou racha. Por mim, disputaria o título mundial agora. Acho que com mais duas lutas até o fim do primeiro semestre estarei pronto para ser campeão mundial.

Em qual categoria?

Ainda vamos decidir, mas acho que será nos penas. Luto pelos superpenas, mas, se conseguir baixar o peso, vou estar mais forte para enfrentar os adversários mais difíceis.

Como será a preparação?

Vai ser um ano de sacrifícios. Vou ficar muito tempo nos Estados Unidos, longe da família, mas é por uma boa causa. Preciso me concentrar totalmente para disputar o título. Sei que terei uma chance e não posso errar. Minha vida é academia e casa. Treino e descanso.

Seu contrato com a Top Rank foi assinado em 2016 e tem duração de cinco anos, mas se ganhar o título isso muda...

Com certeza, aí as bolsas são discutidas a cada combate.

A medalha de ouro olímpica mudou sua vida?

Não mudou nada. Sigo morando no mesmo lugar, com o mesmo carro. A fama não me atingiu.

E o reconhecimento pela conquista olímpica?

Tenho reconhecimento do público, mas não da mídia nem dos patrocinadores. Acho que eles só irão me procurar quando eu for campeão mundial.

Você tem preferência por disputar algum cinturão?

Tenho pelo primeiro que aparecer na minha frente. Sei das dificuldades de enfrentar os melhores do mundo, mas já os enfrentei no boxe olímpico e venci. E irei vencer de novo.

Você gostaria de ter a oportunidade de lutar no Brasil?

Sem dúvida que eu gostaria. Seria muito bacana. Poderíamos fazer uma programação com mais boxeadores brasileiros. Seria importante para empurrar o boxe no Brasil.

O ucraniano Vasyl Lomachenko e o mexicano Oscar Valdez são dois dos maiores nomes do boxe mundial na atualidade e possíveis rivais. Você venceu os dois no amadorismo. Gostaria de enfrentá-los desta vez pelo título mundial no profissional?

Lógico. Seria sensacional. Se eles toparem, eu vou agora. Liga lá (risos). Vê se eles topam.

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