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Presidente do Botafogo reforça veto ao Flamengo no Engenhão e revela vandalismo

Redação Folha Vitória

Rio - A relação do Botafogo com o Flamengo, que já era ruim, ficou ainda pior após o clássico do último domingo à noite, no Engenhão, pelo Campeonato Carioca. Antes do confronto, torcedores dos dois times entraram em conflito de forma violenta nos arredores do estádio em uma briga que teve até tiros, sendo que um deles resultou na morte do botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos.

Para completar, outros torcedores ficaram feridos e uma vistoria realizada na manhã desta segunda-feira constatou que os setores sul e leste do estádio botafoguense, reservados aos flamenguistas para este clássico, tiveram cadeiras quebradas e banheiros localizados perto daquele setor danificados. Representantes do próprio Flamengo acompanharam a vistoria desta segunda-feira e o ato de vandalismo serviu para ajudar a azedar ainda mais a relação dos dirigentes botafoguenses com o clube da Gávea.

Nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre os episódios ocorridos no último domingo antes do clássico no qual o Botafogo foi derrotado por 2 a 1, o presidente botafoguense, Carlos Eduardo Pereira, reforçou, em entrevista à ESPN Brasil, o veto do uso do Engenhão por parte do Flamengo na continuidade da temporada.

No caso, o dirigente fez referência ao fato de que o rival não poderá usar o estádio como mandante em outros clássicos ou em qualquer outra partida, descartando a possibilidade de o local ser visto pelo adversário como uma opção neste período em que o Maracanã convive com um quadro de abandono e não tem como ser utilizado pelos grandes clubes do Rio.

Carlos Eduardo Pereira explicou que, independentemente dos fatos lamentáveis ocorridos no último domingo, o Botafogo já não cederia o seu estádio ao Flamengo de qualquer forma. "Primeiro quero registrar toda a tristeza, toda a nossa solidariedade à família (do torcedor botafoguense Diego Silva dos Santos). Sobre a utilização do estádio Nilton Santos (o Engenhão), a decisão já tinha sido tomada há muito tempo, de não deixar eles (flamenguistas) jogarem lá no estádio. Por isso, não tem nenhuma novidade em relação a este fato. Apenas jogou ontem (domingo) porque era um adversário do Botafogo. Fora isso, não joga lá", garantiu.

REUNIÃO COM A FERJ - O Botafogo, porém, precisa ter autorização da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) para vetar o seu estádio em jogos do Flamengo no Carioca. Por isso, Carlos Eduardo Pereira revelou que se reunirá com o presidente da entidade, Rubens Lopes, para falar sobre os episódios deste domingo e tentar encontrar uma solução para o conflito entre os clubes que inviabiliza o uso do estádio pelos rubro-negros.

Inicialmente, o regulamento do Campeonato Carioca prevê, em seu artigo 44, que todos os clássicos da competição sejam realizados no Maracanã, sendo que os mandos de campo são determinados pela Ferj. Porém, o tradicional estádio segue sem previsão de voltar a ser utilizado e o próprio artigo 62 do regulamento da competição prevê que os clássicos aconteçam no Engenhão caso o Maracanã não esteja disponível.

Antes de Carlos Eduardo Pereira reforçar o veto ao Flamengo no Engenhão, o Botafogo chegou a acusar o Flamengo de apologia à violência ao comentar uma postagem feita pelo clube adversário nas redes sociais pouco depois do término da partida entre os dois times.

O Botafogo fez a acusação, também por meio de suas redes sociais, ao falar sobre a publicação que o rival fez em sua página no Twitter escrevendo: "#CadeVocê? Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no Engenhão só com a Nação: 2 x 1". Para os botafoguenses, a atitude dos flamenguistas foi infeliz pelo fato de que o estádio havia acabado de ser palco de conflitos entre torcedores.

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