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Presidente do Fla lamenta postagem 'infeliz', mas nega incitação à violência

Redação Folha Vitória

Rio - Depois de ser acusado pelo Botafogo de fazer apologia à violência por meio de uma postagem em que comemorou a vitória sobre o rival no clássico do último domingo, o Flamengo se pronunciou nesta segunda-feira, por meio do presidente Eduardo Bandeira de Mello, para comentar a polêmica. Polêmica que ganhou uma proporção ainda maior após a confirmação da morte do botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos, atingido por um tiro em um dos muitos confrontos entre torcedores dos dois times nas proximidades do Engenhão antes do início da partida válida pelo Campeonato Carioca.

Na postagem que fez logo após o jogo, pouco antes de a morte do torcedor ser confirmada, o Flamengo escreveu, em tom de provocação, em sua página no Twitter: "#CadeVocê? Não adianta fugir, não adianta correr. Deu Mengão no Engenhão só com a Nação: 2 x 1".

Embora tenha sido feita na esteira da rivalidade entre os clubes e da vitória conquistada dentro do campo pelos flamenguistas, a mensagem acabou sendo recebida de forma negativa pelos botafoguenses principalmente por conter a frase "Não adianta fugir, não adianta correr", poucas horas depois dos conflitos que resultaram em torcedores feridos e na morte de Diego Silva dos Santos.

Ao ser questionado sobre o assunto em entrevista ao canal SporTV, na tarde desta segunda-feira, Bandeira de Mello reconheceu que a postagem foi "infeliz", mas negou que a mesma tenha tido caráter de incitação à violência. "Embora não tenha sido provocativo no sentido de incitar à violência, como foi colocado, entendo que poderia ter sido evitado. Mas (a postagem no Twitter) fez referência exclusivamente ao resultado da partida", afirmou o dirigente.

Em seguida, o presidente rubro-negro lembrou que apenas posteriormente foi confirmada a morte do torcedor do Botafogo, fato que ele lamentou e destacou que precisa ser investigado para que o criminoso ou os criminosos responsáveis pelo assassinato sejam condenados de forma severa pela Justiça.

"Um menino foi assassinado, que estava lá para assistir seu clube, independentemente do clube dele. É algo que considero muito grave. E isso tem que se resolver com a punição exemplar do assassino ou dos assassinos. Além deste caso, parece que temos mais seis ou sete casos de pessoas baleadas dos dois lados", apontou.

VETO AO FLA NO ENGENHÃO - Já ao ser lembrado de que nesta segunda-feira o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, reforçou o veto do clube ao Flamengo de usar o Engenhão em clássicos ou em jogos nos quais o time poderia eventualmente atuar como mandante no estádio, Bandeira de Mello enfatizou que o seu clube não tem "qualquer intenção de fazer jogo algum" no local. Entretanto, ele frisou que isso poderá ocorrer "naqueles casos em que (os flamenguistas) fôssemos obrigados pela federação (Ferj), que são os clássicos do Carioca, as semifinais e finais".

O regulamento do Campeonato Carioca prevê, em seu artigo 44, que todos os clássicos da competição sejam realizados no Maracanã, sendo que os mandos de campo nestas partidas são determinados pela Ferj. Porém, o tradicional estádio segue sem previsão de voltar a ser utilizado e o próprio artigo 62 do regulamento da competição estipula que os clássicos aconteçam no Engenhão caso o Maracanã não esteja disponível.

"Se a federação entender que os jogos não devem ser no Engenhão, nós temos que buscar outro lugar", afirmou o presidente flamenguista ao SporTV, antes de ressaltar que o clube irá "sobreviver" a essa possível proibição de jogar no estádio administrado pelo Botafogo.

E o dirigente admitiu que a tendência é de que o Flamengo jogue fora do Rio em caso de o Engenhão também ficar indisponível para a equipe atuar no Carioca. "Acho que sobra jogar fora do Rio. Não tem outra opção. Mas vamos aguardar o que a federação vai determinar. Se ela determinar que o jogo será no Engenhão, vamos cumprir. A menos que sejamos impedidos", ponderou.

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