Esportes

Clubes pedem afastamento do procurador do STJD após divulgação de e-mails

Redação Folha Vitória

São Paulo - Os principais clubes do futebol brasileiro se uniram para pedir o afastamento do procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, por supostamente favorecer os interesses da CBF. O pedido foi feito na tarde desta quinta-feira, por meio de carta, enviada ao presidente interino da entidade, Coronel Antônio Nunes. Das 12 principais agremiações, apenas o Botafogo não assinou o requerimento.

A decisão de pedir o afastamento imediato de Schmidt, que vai completar 10 anos como procurador do órgão, foi tomada pelos clubes brasileiros durante reunião no Morumbi dos representantes da Liga Sul-Americana de Clubes. O encontro era para discutir o funcionamento da Liga, com detalhes como a definição e aprovação do estatuto e estratégias para obrigar a Conmebol a aumentar a cota das equipes que participam de competições por ela organizadas, mas as agremiações do Brasil aproveitaram para pedir a cabeça do procurador.

A atitude dos clubes é uma reação a divulgação de e-mails que mostram que Schmitt agiu de acordo com os interesses da CBF em julgamentos feitos pelo STJD.

Em 2012, por exemplo, o Atlético-MG foi multado em R$ 10 mil pelo pleno do STJD porque sua torcida, num jogo com o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro, exibiu um mosaico com o nome da CBF nas cores verde, grená e branca e uma faixa em que se lia que o apito era tricolor carioca, em alusão a possível favorecimento da arbitragem ao time do Rio.

Ocorre que, inicialmente, a 1ª Câmara Disciplinar havia inocentado o clube mineiro, pois o auditor Washington Rodrigues não considerou a atitude da torcida agressiva. Isso irritou a CBF e o presidente, que trocou vários e-mails com Schmitt pedindo providências. E o procurador fez críticas profundas à atuação de Rodrigues como auditor.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a CBF informou às 16h30 que ainda não havia recebido a carta dos clubes. Schmitt também está em maus lençóis do próprio STJD. A corregedoria abriu investigação contra ele, a pedido do auditor Washington Rodrigues.

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