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Gaúcho, ídolo do Flamengo e ex-Palmeiras, morre aos 52 anos de câncer de próstata

Redação Folha Vitória

São Paulo - Já era começo da madrugada do dia 18 de novembro de 1988 quando Luís Carlos Tóffoli, o Gaúcho, entrou para história do futebol brasileiro. Naquele dia, Flamengo e Palmeiras se enfrentaram no Maracanã e o empate em 1 a 1 no tempo normal levou a decisão do ponto extra para a disputa de pênaltis. E foi defendendo duas cobranças e marcando um gol que o cabeludo atacante deu o triunfo ao alviverde. Nesta quinta-feira, 17 de março, aos 52 anos, o ex-jogador faleceu em São Paulo, vítima de câncer de próstata.

Apesar de ser gaúcho (o ex-jogador nasceu em Canoas), o atacante, que era muito bom no jogo aéreo, começou sua carreira nas categorias de base do Flamengo. Ao subir para os profissionais, fez apenas dois jogos e logo foi negociado com o XV de Piracicaba. Depois, jogou no Grêmio, foi ao Japão para atuar pelo Verdy Kawasaki em 1986, mas voltou ao Brasil um ano depois, quando foi um dos destaques do Santo André no Paulistão do ano seguinte.

Suas atuações pelo time do ABC chamaram a atenção do Palmeiras. Em anos de vacas magras, o raçudo atacante era um dos mais queridos da torcida. Em 79 jogos pelo time palmeirense (34 vitórias, 26 empates e 19 derrotas), ele marcou 31 gols. Uma de suas principais características era a cobrança de pênalti - ele tomava apenas um passo de distância e geralmente fuzilava o goleiro com seu forte chute de perna direita.

No Palmeiras, Gaúcho protagonizou uma das mais incríveis histórias do futebol. Em jogo contra o Flamengo, seu time vencia o rival carioca por 1 a 0, gol de Mauro, quando em uma dividida com o jovem atacante Bebeto o goleiro Zetti quebra a perna, já no final da partida. Como já havia feito as duas substituições permitidas na época, Gaúcho acabou indo para o gol. No minuto seguinte, a equipe rubro-negra chegou ao empate, com Bebeto de cabeça, após cruzamento de Zico. Mas, na disputa do ponto extra nos pênaltis, Gaúcho surpreendeu e defendeu as batidas de Aldair e Zinho.

Em 1989, Gaúcho fez excelente Campeonato Paulista junto com o Palmeiras. O time treinado por Emerson Leão contava com jovens revelações e jogadores experientes como Veloso, Toninho, Gérson Caçapa, Edu Manga e Neto e só não disputou o título porque acabou eliminado pelo Bragantino.

Do Palmeiras Gaúcho voltou ao Flamengo e se tornou ídolo da torcida. No rubro-negro, ele disputou 198 jogos e marcou 98 gols. Pelo clube ele foi campeão da Copa do Brasil em 1990, do Campeonato Carioca em 1991 e do Campeonato Brasileiro em 1992. Na equipe, ele celebrava gols de forma irreverente ao lado de jovens revelações, como Djalminha e Paulo Nunes, e teve ao seu lado um dos maiores parceiros da carreira, o também atacante Renato Gaúcho.

Sua carreira entrou em declínio a partir de 1993. Ele foi negociado com o Lecce, da Itália, mas quase não jogou por lá. Ainda vestiu as camisas de Atlético-MG, Boca Juniors, Ponte Preta, Fluminense e Anapolina antes de penduras as chuteiras, em 1996. Anos depois, tentou a carreira de treinador e comandou o Cuiabá (2003 e 2004), o Mixto (2006) e o Luverdense (2011).

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