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Mineirinho sonha com bi mundial e Olimpíada: 'Todos vão querer estar em Tóquio'

Redação Folha Vitória

Adriano de Souza, o Mineirinho, é um dos principais candidatos ao título do Circuito Mundial de Surfe neste ano. Campeão em 2015, ele vai em busca do bi nas 11 etapas da competição, sendo as três primeiras disputadas na Austrália. Experiente, Mineirinho sabe que o desafio é grande, pois terá de enfrentar outros dez brasileiros, além de competidores do Havaí e Austrália, entre outros. Nesta entrevista ao Estado, ele projeta seu ano, comenta sobre a aposentadoria de Mick Fanning, a disputa na piscina de ondas construída por Kelly Slater e sobre a entrada do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Qual é sua expectativa para o início do Circuito Mundial de Surfe?

É a melhor possível hoje. O campeonato começa em um local onde me dou muito bem, que é a Austrália. Já venci duas das três etapas da perna australiana, então não tem como não me sentir animado para este início, começando do zero uma nova batalha.

Qual é o seu objetivo nessas três etapas da Austrália?

Quero vencer e somar o máximo de pontos possível, como em 2015, quando fui campeão.

Esse ano você optou pela preparação no Brasil. Como foi esse período de treinamento?

Depois de muitos anos me preparando fora, decidi desta vez fazer a preparação na minha terra. Isso me permitiu treinar, fazer fisioterapia de forma completa e também organizar meu primeiro campeonato de surfe no Campeche, que era um dos meus projetos.

A ausência do Mick Fanning facilita as coisas em busca do bicampeonato mundial

De jeito nenhum. O Mick saiu, mas temos o John John Florence, o Kelly Slater, o Gabriel Medina, o Filipe Toledo… Será, na verdade, uma pena não termos um competidor tão forte quanto o Mick para engrandecer ainda mais o campeonato.

Além do Circuito Mundial, os surfistas estão de olho nos Jogos de Tóquio, em 2020. Como você vê essa estreia da modalidade no programa olímpico?

Acredito que quem for tentar a qualificação para a Olimpíada vai estar "comendo" as ondas do Japão todos os dias no café da manhã. Hoje já temos um número certo de atletas que vão, são 20 no total, e só dois do Brasil. Com certeza, não só eu como todos os atletas que estão ali brigando querem ir e vão se dedicar bastante. É um ano em que teremos de fazer isso para conquistar a vaga.

Você se envolve nas discussões sobre os critérios?

Há alguns atletas que têm envolvimento maior, outros não. Eu não me envolvo muito, recebo e-mails contando o que está acontecendo. O Adrian Buchan, da Austrália, é responsável por isso, vai nas reuniões, fala com o pessoal e passa o feedback para todos nós.

Você esteve no Japão e conheceu o local onde será realizada a estreia do surfe nos Jogos Olímpicos. O que achou?

As ondas são diferentes. Por exemplo, tem uma onda de "meio metrinho", é bem pequena. Hoje o Circuito Mundial é feito em praias com ondas gigantes, ainda mais se comparado ao que vi lá no Japão. A gente tem de mudar o chip muito rápido, para as ondas bem mais difíceis.

E como os surfistas locais estão tratando a estreia olímpica?

Eles estão bem animados. Agora é esperar o passar dos anos para concretizar. A praia é muito distante de Tóquio, não tem muita estrutura, então acredito que vão começar a fazer algo. Não tem um hotel legal, quando estive lá fiquei em apartamento, mas acho que vão construir essas coisas.

Nesta temporada teremos duas novas etapas no Circuito Mundial, na Indonésia e no Surf Ranch, na Califórnia. O que dá para dizer desses dois lugares?

Keramas é um paraíso do surfe que precisava voltar para o calendário. Adoro este lugar e sempre quando posso vou lá surfar. Já o Surf Ranch é o futuro do calendário - uma das etapas mais aguardadas de todos os tempos com certeza.

Você foi campeão mundial em 2015. Como conseguir repetir a dose nesta temporada

Todo ano eu entro cheio de disposição, os novatos vão querer mostrar serviço, o mar vai decidir bastante. Estou preparado, tentei fazer treinamentos específicos para estar 100%. Esse é meu foco neste ano.

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