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Jogador do São Bernardo é vítima de racismo em Curitiba

São Paulo - O volante Marino, do São Bernardo, foi chamado de "macaco" por torcedores no Paraná, nesta quinta, em partida da Copa do Brasil, realizada no Estádio Durival Britto, em Curitiba. O jogador foi expulso no fim do segundo tempo e, ao dirigir-se ao vestiário, ouviu os insultos. Um segurança do Paraná tentou deter um dos agressores, mas não conseguiu.

"Foram dois torcedores que começaram a chamá-lo de macaco", disse o presidente do time paulista, Luiz Fernando Ferreira. "Ele (Marino) quase perdeu a cabeça. Começou a chorar e, ao fim do jogo, quando chegamos ao vestiário, ele ainda estava chorando. Isso é inadmissível e vamos às últimas consequências."

Em entrevista às rádios paranaenses, o jogador falou sobre o ocorrido. "Vim aqui para fazer o meu melhor jogo pelo São Bernardo, deixei minha família e filhos em casa. Minha esposa tem a minha cor e eu tenho que ouvir esse tipo de coisa. Isso é triste, isso aqui no Brasil está ficando comum. Cada dia está pior. A maioria da população é negra, não sei como isso acontece."

Marino foi orientado por seu clube a registrar um Boletim de Ocorrência e seguiu para uma delegacia ao fim do jogo. O presidente do Paraná, Rubens Bohllen, também foi ao distrito policial, assim como um jornalista, como testemunhas.

A polícia do Paraná já pediu imagens do jogo para o clube e para as tevês que transmitiram a partida. O São Bernardo irá comunicar o caso à Confederação Brasileira de Futebol. O time paulista perdeu por 3 a 1 e foi eliminado da Copa do Brasil.

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