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Citado no caso 'Panama Papers', presidente da Fifa nega envolvimento em escândalo

Redação Folha Vitória

Zurique - A investigação que ficou conhecida como "Panama Papers" - exposição de uma série de documentos internos da empresa panamenha Mossack Fonseca, cuja especialidade era fabricar "offshores", ou seja, abrir empresas em paraísos fiscais - chegou à Fifa. Mais especificamente ao novo presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, eleito no final de fevereiro, que nega qualquer participação no escândalo.

De acordo com o jornal inglês The Guardian, Infantino foi citado quando a Uefa, em 2006, vendeu os direitos de transmissão de seus torneios de clubes - Liga dos Campeões, Copa da Uefa (atual Liga Europa) e Supercopa Europeia - para uma empresa chamada Cruz Trading. Esta empresa, então, imediatamente repassou os direitos para uma empresa equatoriana chamada Teleamazonas, por cerca de três ou quatro vezes o valor original. Na época, Infantino atuava como diretor jurídico da Uefa. Anos depois, seria promovido a secretário-geral e braço direito do francês Michel Platini na entidade.

A Uefa declarou em nota que não cometeu nenhuma infração e disse que, quando fechou os contratos com a empresa Cruz Trading - de propriedade do argentino Hugo Jinkis, indicados pelo FBI no escândalo de corrupção que levou para a cadeia uma série de dirigentes da Conmebol, da Concacaf e da Fifa -, não poderia saber que Jinkis estaria envolvido em escândalo de corrupção 10 anos depois.

A entidade europeia disse ainda que o contrato foi assinado por Gianni Infantino "porque ele era um dos diretores da Uefa com poderes para assinar contratos no momento". O presidente da Fifa logo negou qualquer envolvimento. "Estou consternado e não vou aceitar que minha integridade esteja sendo posta em dúvida por certas áreas da mídia, especialmente dado que a Uefa já tenha divulgado em detalhe todos os fatos em relação a esses contratos", disse, em comunicado oficial divulgado pela Fifa.

"Como disse anteriormente, nunca lidei pessoalmente com a Cruz Trading e nenhum de seus donos, já que o processo foi conduzido pelo Team Marketing no em prol da Uefa. Gostaria de dizer que nem a Uefa nem eu fomos contactados por nenhuma autoridade em relação a esses contratos específicos. Além disso, como a mídia já informa, não há indicação alguma de nenhum desvio de conduta tanto da Uefa quanto meu em relação a essa questão", completou Gianni Infantino.

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