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Argentina cobrará os impostos sonegados com subornos no escândalo da Fifa

Redação Folha Vitória

Buenos Aires - O chefe de gabinete de ministros da Argentina, Aníbal Fernández, disse nesta quinta-feira que o governo cobrará imposto sobre a propina paga a integrantes da Fifa, caso se confirmem as acusações feitas por promotores americanos.

"Perguntarão: 'Quem vai dizer ao Estado que fez um ato ilícito para que lhe cobrem imposto?' Ninguém. Mas se comprova que houve pagamento desse tipo, e se está falando de milhões, de US$ 15 milhões, o Estado tem todo o direito a reclamar 35% pela Afip (Fisco argentino)", afirmou.

Fernández falou em nome do governo sobre o escândalo e referiu-se especificamente a três empresários argentinos que tiveram a prisão pedida nesta quinta-feira por um juiz local, atendendo a solicitação da Interpol.

Marcelo Martínez de Giorgi expediu mandados contra Alejandro Burzaco, presidente da Torneos y Competencias S.A., e Hugo e Mariano Jinkis, proprietários da Full Play. Ambas as empresas trabalham com direitos de transmissão pela TV e marketing esportivo.

O advogado dos Jinkis, Jorge Anzorreguy, disse ao canal TN que seus clientes não devem se apresentar enquanto não forem esgotados todos os recursos. O trio é acusado de suborno, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e terá o pedido de extradição aos Estados Unidos avaliado. A palavra final cabe à presidente Cristina Kirchner.

O caso reacendeu a briga entre o governo e o Grupo Clarín. Por meio de tuítes, a empresa afirmou que não explora transmissões de futebol com a TyC, como veículos de comunicação ligados ao kirchnerismo informaram, embora seja sócia do grupo em um canal a cabo. Fernández disse que o governo "não tem por que duvidar disso", mas pode pedir intervenção judicial na TyC por ser sócio minoritário do Grupo Clarín.

A TyC, dona do direito de transmissão de várias edições da Copa América e outras competições, negou qualquer participação da empresa e seu presidente nas denúncias.

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