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Chilenos andam 10 mil km de carro para ver Copa no Rio

Rio - "É uma Copa do Mundo e é tão perto de nós. Quantos anos teremos outra por aqui, daqui a 30, 40 anos? Viemos de longe, mas estamos mais perto em relação a Rússia, ao Catar. Era agora ou nunca." Fernando Troychuk vem de muito longe. Ele é de Punta Arenas, cidade portuária do Chile, mas vive em Ushuaia, cidade mais ao Sul do mundo, na Argentina.

Foi ali que ele iniciou sua saga para acompanhar a seleção chilena no Mundial do Brasil. Ele e mais dois amigos vieram de carro e rodaram, pelas contas deles, mais de dez mil quilômetros. Só a neve os obrigou a parar durante a viagem, que começou no dia 4 de junho, cruzou a Argentina, passou por Cuiabá, Belo Horizonte e chegaria nesta segunda ao Rio. Vieram num Celta. "De três portas", frisou o amigo Alejandro Oyarzo. "Você não faria isso?", disse Fernando, torcedor do Colo Colo.

Fernando, Alejandro e também Rene Soto, que é argentino mas que acompanhou os amigos, decidiram participar da Caravana Santiago-Brasil 2014, um grupo de torcedores que decidiu cruzar três países de carro para acompanhar a seleção chilena. Eles invadiram Cuiabá para assistir à estreia contra a Austrália (vitória por 3 a 1) na Arena Pantanal - 20 mil chilenos foram ao estádio.

"Eu estava lá em Cuiabá e quando terminou o hino nacional, nós continuamos a cantar cada vez mais forte, foi impressionante. Vivemos ao sul e não podemos ver jogos todo o tempo, como quem vive em Santiago, São Paulo ou Rio."

Antes de irem ao Rio de Janeiro, pararam em Belo Horizonte, na Toca da Raposa II, onde a seleção chilena está concentrada para o Mundial. Eles não têm ingresso para o jogo contra a Espanha, no Maracanã, e vão tentar a sorte, comprando de algum cambista.

Fernando está animado com a seleção, com a vitória diante da Austrália e tem certeza que o Chile fará uma boa Copa do Mundo. "Todos me perguntam quem é o melhor jogador do Chile, mas nessa seleção o melhor jogador é a equipe, o coletivo", afirmou.

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