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Fora do Rio-2016, ala/pivô Felício fala em 'decisão mais difícil da vida'

Redação Folha Vitória

Rio - O ala/pivô Cristiano Felício foi a ausência mais sentida na convocação do técnico Rubén Magnano para a Olimpíada deste ano. O jogador do Chicago Bulls, no entanto, não ficou de fora por opção do treinador, mas sim porque pediu para não integrar a seleção brasileira nos Jogos do Rio.

Felício surpreendeu e talvez tenha sido o melhor brasileiro na reta final da última temporada regular da NBA. Depois de passar boa parte da competição sem oportunidades, passou a entrar mais nas últimas partidas e se destacou. Para não perder o embalo, pediu a dispensa da seleção e deu preferência à disputa da Summer League, uma espécie de pré-temporada da liga norte-americana, com o Bulls.

"Foi uma decisão muito difícil, a mais difícil que tomei em toda a minha vida. Fiquei pensando por muito tempo, refletindo sobre o que fazer. Durante semanas isso ficou na minha cabeça. Desde os meus 16 anos que jogo pela seleção brasileira, lembro bem de cada uma das convocações e esse é um momento único para mim. Estou vindo de um bom fim de temporada pelo Chicago Bulls, e, como todo brasileiro, vivendo também essa expectativa pelas Olimpíadas no Brasil", explicou em sua página no Facebook.

Para Felício, aceitar a convocação seria "pensar com a paixão". "Não posso pensar com a paixão, preciso e devo agir com a razão. Não foi nada fácil. Sei da importância, do que significa vestir a camisa do meu País, mas tenho a consciência de que tenho que trabalhar ainda mais duro, me dedicar e evoluir para conquistar o meu espaço, pensar no meu futuro. Infelizmente, aconteceu tudo ao mesmo tempo."

A justificativa do jogador foi aceita, mas não bem digerida por Magnano. O próprio treinador admitiu ter ficado "chateado" com a decisão de seu atleta. Primeiro, porque conversou com ele nos Estados Unidos e ouviu dele que estaria à disposição até para o Sul-Americano, justamente para adquirir ritmo de jogo. Segundo, porque Felício sempre foi uma aposta da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que, segundo o técnico, "investiu muito nele".

"Conversei com a comissão técnica da seleção brasileira, expliquei a situação e deixei claro que isso não é uma escolha ou uma recusa ao Brasil, mas, sim, algo de momento, e que em nada muda o meu respeito pelo meu País. Não vou estar em quadra, mas vou estar na torcida, junto com todos os brasileiros, na certeza de que temos tudo para brigar por uma medalha nos Jogos", comentou o jogador.

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