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VÍDEO | Atleta capixaba de bodyboard surfa maior onda do ano, com 7 metros de altura

Estima-se que a onda surfada por ele seja a maior do Brasil em 2020, com mais de 20 pés de altura. Conheça a história da equipe

Foto: Diego Silva (DS Images)

O fim de semana foi marcante para o capixaba Bernardo Nasser, de 29 anos. O atleta de bodyboard surfou, no último sábado (20), uma onda de fundo de pedra com mais de sete metros de altura. Para a federação da modalidade esportiva no Espírito Santo, é a maior de 2020.

A onda é formada a cerca de quatro quilômetros da costa, em locais cujo o fundo do mar possui rochas submersas. O litoral entre Vitória e a Praia de Itaparica, em Vila Velha, possui diversas faixas rochosas que permitem a formação deste tipo de onda.

O record de Bernardo foi conquistado próximo a Laje da Avalanche, na região da Praia da Costa. Segundo ele, o feito só foi possível graças a colaboração da equipe. "Eu só consegui surfar a maior onda, no Brasil em 2020, graças do Ian Vaz. Como a onda é muito grande, ele me puxou", contou.

Veja o vídeo:

Bernardo teve os primeiros contatos com o esporte aos 7 anos de idade. Atualmente, ele faz parte da equipe NXF Bodyboard, que também é composta por André Majevski, Breno Kuster, Carlos Bellumat, Danilo Scarpat e Paulo Roberto.

Segundo o atleta, neste ano, foi a primeira vez que a Avalanche quebrou. Além da equipe NXF Bodyboard, o grupo contou com a presença de Ziul Andueza e Gabriel Sampaio, também surfista de ondas grandes, mas o destaque foi do capixaba, bodyboarder local do pico, Bernardo Nassar. Estima-se que a onda surfada por ele seja a maior do Brasil em 2020, com mais de 20 pés de altura, puxado de “Tow in” pelo Ian Vaz.

Para o presidente da Federação de Bodyboard no Espírito Santo, Marcelo Rocha, o feito da equipe pode fortalecer ainda mais a modalidade esportiva no estado e no país. "É algo de grande orgulho para o bodyboard capixaba. Nós já temos um reconhecimento em relação à gestão do esporte. Agora, esses meninos já tem uma história com a Avalanche e reconhecer como a maior onda surfada neste ano é um grande prêmio. É fantástico. Isso vai jogar o esporte ainda mais para cima", disse.

O feito do fim de semana não foi algo realizado em competições. Rocha contou ainda que a pandemia do coronavírus causou um impacto no esporte, pois a programação de competições para o ano nem chegou a ser iniciada. "Iríamos começar em março, quando começou tudo isso. Ficamos impedidos de fazer eventos na praia, mas estamos fazendo cursos online, treinamentos. Fizemos o primeiro congresso online de bodyboard, com mais de 80 envolvidos. Mas já planejamos retorno", contou.

Mesmo assim, o presidente da federação afirma que não é possível prever uma data para que as competições voltem a acontecer. "Dependemos das autoridades. Não vamos fazer, de forma alguma, aglomerações. Mas já estamos trabalhando com retorno. Assim que liberar, esteremos de volta. Já temos contratos fechados para o circuito estadual, mas ainda não podemos colocar na praia", afirmou.

Laje da Avalanche

A história com a Laje da Avalanche começou há mais de 10 anos, quando a equipe NXF Bodyboard soube da existência de uma possível onda gigante em pleno litoral capixaba, há cerca de quatro quilômetros da Praia da Costa, em Vila Velha. Segundo informações da equipe, a onda foi batizada com este nome pois todos achavam que somente se tratava de uma espuma e não acreditavam naquilo como uma “onda de verdade”.

Incentivados por membros da própria equipe, o grupo passou a buscar a onda que, até então, eles acreditavam ser a maior do estado. Com isso, houve um monitoramento constante do fenômeno. A equipe ainda trabalhou em busca de uma estrutura para chegar até o local. "Era muito mais longe que as outras ondas em fundos de pedras as quais estávamos habituados a surfar", relatou Nasser.

"Tínhamos que procurar pescadores com barcos grandes para nos levar, e muitas das vezes não conseguimos e ficávamos vendo só da areia ou mesmo D2, que é uma outra onda há 1,2 km da costa onde é possível ir remando em cima da prancha", contou.

As tentativas de surfar a onda começaram há cerca de seis anos. Em 2014, a equipe conseguiu uma lancha emprestada e se deslocou até o local. "Estava enorme! Tentamos muito, mas não conseguimos surfar, pois se trata de uma onda muito perigosa , que necessita de uma estrutura com Jet Ski’s para resgate e para puxar na onda e barcos maiores, com profissionais que saibam fazer um primeiro atendimento, caso seja necessário", lembrou o bodyboarder.

Em 2017, os planos voltaram à prática. Foi quando o surfista de Stand Up Paddle, Lucas Medeiros. Apresentamos a onda para ele, e contamos toda história até então. A partir daí os interesses por ondas grandes e em “Slabs”, como são chamados hoje as ondas em fundos de pedra, se encaixaram", disse.

Na época, a equipe já somava grandes experiências com o tipo de onda, pois já conheciam as ondas consideradas mais fortes e maiores do estado, além da experiência em destinos internacionais, como Havaí, Taiti, Chile e México. Com a ajuda de Lucas Medeiros, o grupo conseguiu contatos com quem já possuía toda a estrutura que necessária para, enfim, começar a dominar a onda da Avalanche. "Em 2017 mesmo conseguimos surfar ela e não paramos mais. Logo chegaram os Irmãos Ian e Caio Vaz e, em 2019, o Ian surfou a maior onda do Brasil no Avalanche. Naquele ano, deu uma explosão de visibilidade da onda", lembrou Nasser.


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