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Antes de eleição, Lugano critica os dirigentes da Associação Uruguaia de Futebol

Redação Folha Vitória

Ex-capitão da seleção uruguaia, Diego Lugano resolveu se manifestar publicamente para criticar dirigentes da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), cujo pleito para eleger o seu novo presidente está previsto para ocorrer nesta terça-feira. A eleição ocorrerá um dia depois de Wilmar Valdez, presidente da entidade, anunciar a sua renúncia ao cargo e consequentemente também descartar se postular a candidato a um novo mandato.

Por meio de uma carta divulgada no site oficial da AUF, o dirigente disse que tomou a surpreendente decisão por razões "estritamente familiares e pessoais, que nada têm a ver com o contexto da atual etapa eleitoral" do organismo nacional. Entretanto, vários jornalistas e dirigentes revelaram que áudios, com declarações do cartola de teor comprometedor, deixaram o mandatário em situação delicada.

Valdez, inclusive, reconheceu no último domingo, em entrevista ao Canal 10, do Uruguai, a existência dos áudios e disse estar arrependido pelas declarações que vieram a público, embora o conteúdo dos mesmos não tenha sido revelado.

Em meio a este escândalo que atinge a AUF e cujos detalhes podem estar prestes a serem revelados, Lugano usou a sua página na rede social Twitter nesta terça para expressar a sua opinião em relação ao assunto e ainda cobrou que os jogadores dos clubes uruguaios tenham "voz e voto" neste processo eleitoral.

"É de caráter urgente e de sobrevivência que os jogadores, como em todas as partes do mundo, tenham voz e voto em decisões que influenciam nossa vida", escreveu o ex-jogador, que em uma postagem anterior também ressaltou: "Não há palavras para qualificar o lamentável espetáculo, exibindo todas as misérias humanas, que nossos dirigentes estão dando a partir da AUF à nossa sociedade e ao mundo. Onde as traições são moeda corrente. Como permitimos chegar a isto!!!!!!".

Após a renúncia de Wilmar Valdez, que estava no cargo desde 2014, sobraram como candidatos na eleição da AUF apenas Arturo del Campo, ex-presidente do clube uruguaio Danubio, e Eduardo Abulafia, empresário que é ex-líder da organização que comanda a segunda divisão do futebol do Uruguai e foi dirigente do time Defensor Sporting.

Os dois nomes, porém, não teriam as credenciais necessárias para assumir o principal cargo do futebol uruguaio. Antes de renunciar e consequentemente desistir de se reeleger presidente, Valdez era o único dos candidatos desta eleição que havia sido aprovado em um teste de idoneidade exigido pela Fifa e aplicado pela Conmebol, máxima entidade sul-americana.

Diante deste quadro, o sindicato que defende os interesses dos jogadores profissionais do Uruguai divulgou um comunicado exigindo que se suspendam as eleições da AUF previstas para ocorrerem nesta terça ao apontar que "os fatos conhecidos por todos atentam enormemente contra a transparência do processo eleitoral", o qual considerou agora estar "cheio de irregularidades".

Agora fora da AUF, Valdez havia chegado à presidência da entidade em 2014 depois da renúncia do seu antecessor, Sebastián Bauzá. Este último se viu obrigado a sair do cargo depois que uma decisão do então presidente do Uruguai, José Mujica, deixou os jogos de Peñarol e Nacional, dois principais clubes do País, sem segurança policial disponibilizada pelas autoridades.

Arturo del Campo e Eduardo Abulafia, por sinal, não contam com o apoio do Peñarol nem do Nacional, outro fator que colabora para uma possível suspensão desta eleição. Neste pleito, no qual Valdez parecia contar com o respaldo das maioria dos clubes uruguaios antes de renunciar, participam todos os clubes da elite nacional, enquanto os times da segunda divisão têm direito apenas a um voto coletivo.

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