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Djokovic mira 'ressurreição' e Anderson tenta surpreender na final de Wimbledon

Redação Folha Vitória

A final masculina de Wimbledon, neste domingo, poderia ser chamada de "decisão dos cansados". Ambos os finalistas, o sérvio Novak Djokovic e o sul-africano Kevin Anderson, vão entrar em quadra às 10h (de Brasília) na esteira de longas horas de jogo nos últimos dias.

Djokovic, o favorito, esteve em quadra por 7h50min entre as quartas de final e a semifinal. Para piorar, seu duelo contra o espanhol Rafael Nadal começou na sexta e só terminou neste sábado, véspera da final, algo incomum nos Grand Slams. Ou seja, o ex-líder do ranking terá menos de 24 horas para se recuperar de um jogo de 2h54min, que o tempo em que esteve em quadra no complemento do duelo contra Nadal.

Anderson não deixa por menos. Ele não jogou neste sábado. Em compensação, esteve em quadra por 6h36min na sexta, contra o norte-americano John Isner. Foi o segundo jogo mais longo da história de Wimbledon e o quarto de todos os tempos (incluindo os duelos de duplas). No total, entre as quartas de final, contra o suíço Roger Federer, e a semifinal, foram 10h50min em apenas duas partidas.

Exaustos, ambos vão entrar em quadra com o mesmo objetivo, mas vivendo situações diferentes no circuito. Djokovic, dono de três títulos em Wimbledon, quer a "ressurreição" nas quadras. E Anderson, atual número oito do mundo, sonha com a primeira conquista de Grand Slam na carreira, aos 32 anos.

Rosto mais conhecido do público, Djokovic ocupa atualmente a 21ª posição do ranking, do qual já foi líder seguidas vezes. O sérvio, contudo, tenta retomar as melhores apresentações no circuito. Acostumado a brilhar nas quadras, ele não conquista títulos de relevância desde o troféu de Roland Garros de 2016. Desde então, caiu em três finais importantes, como o US Open e o ATP Finals, no mesmo ano.

Ao mesmo tempo em que o rendimento caía, uma lesão crônica no cotovelo direito voltava a atrapalhar suas performances. Em fevereiro deste ano, ele foi operado, após tentar se recuperar sem o procedimento cirúrgico. O custo final foi uma ausência de mais de seis meses no circuito, desde Wimbledon do ano passado. Nesta temporada, os resultados vinham sendo irregulares.

Sua melhor campanha aconteceu em Roland Garros. Mas a queda nas quartas de final foi diante do inexpressivo italiano Marco Cecchinato. A eliminação fez o sérvio cogitar ficar de fora da curta temporada de grama. Mas ele competiu e até foi vice-campeão em Queen's, ATP 500 realizado em Londres, antes de chegar a Wimbledon.

"Obviamente foi a decisão correta. Agora estou na final. Estou muito feliz. Fiquei até emocionado após o jogo [contra Nadal] porque foram 15 meses tentando superar diferentes obstáculos", diz Djokovic, prestes a confirmar sua redenção no circuito.

Kevin Anderson, contudo, já deixou claro que não chegou até a final por acaso. Vice-campeão do US Open do ano passado, o sul-africano passou por dois grandes testes até a final. O primeiro foi superar Federer de virada nas quartas, em duelo de quase cinco horas. Em seguida, encarou a maratona de mais de seis horas contra Isner. "Obviamente não será fácil", disse Anderson, ainda na sexta, após o longo duelo.

Cauteloso, Djokovic evita assumir a posição de favorito. "Eu não sei se serei o claro favorito para este jogo. Acho que estamos em situação semelhante. Ele vai jogar a segunda final de Grand Slam da vida dele. E jogou a primeira no US Open do ano passado", afirma o sérvio, sem esconder a preocupação com o bom momento do rival.

Enquanto Anderson busca o primeiro troféu deste nível na carreira, o tenista da Sérvia mira o 13º Grand Slam, tentando se aproximar dos 14 troféus do norte-americano Pete Sampras. Somente Nadal, com 17 conquistas, e Federer, com 20, estão à frente de Sampras na lista dos maiores vencedores.

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