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'Em muitos momentos eu tive dúvidas sobre o meu nível de jogo', diz Djokovic

Redação Folha Vitória

Tetracampeão de Wimbledon, o sérvio Novak Djokovic admitiu neste domingo que teve dúvidas sobre a sua performance nos últimos meses, após uma sequência de decepções em quadra. Foram atuações irregulares, problemas físicos e uma boa dose de desânimo que fizeram o ex-número 1 do mundo cair de rendimento nos últimos dois anos.

"Houve muitos momentos em que eu fiquei frustrado e duvidei se poderia voltar a um bom nível de jogo", reconheceu Djokovic, após vencer o sul-africano Kevin Anderson na final de Wimbledon, pelo placar de 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/2 e 7/6 (7/3). "O título torna toda esta jornada ainda mais especial para mim."

Djokovic não faturava um título de expressão no circuito desde o troféu de Roland Garros de 2016. Desde então, foi vice do US Open no mesmo ano e obteve conquistas de menor expressão. A queda de rendimento foi acompanhada por uma lesão crônica no cotovelo direito, que exigiu cirurgia em fevereiro deste ano.

"É fácil falar agora. Mas, olhando para trás, sou grato por ter passado por estas situações, emoções misturadas, turbulências, momentos de dúvidas mentais, decepções e frustrações. Geralmente é quando a gente enfrenta problemas que nos conhecemos melhor. Você precisa de uma oportunidade para ressurgir, como uma fênix, se desenvolver e melhorar."

Djokovic também admitiu que, há alguns meses, não podia imaginar que estaria com o troféu de Wimbledon nas mãos. "Se você me perguntasse há um mês e meio sobre a possibilidade de vencer Wimbledon, eu diria que 'esperava que sim', mas talvez estivesse com dúvidas sobre o meu nível de jogo."

O troféu vai dar nova confiança ao tenista sérvio, que voltará ao Top 10 do ranking nesta segunda-feira. "Isso vai servir como um enorme impulso de confiança para mim e será um trampolim para o que vier pela frente e pelo resto da minha carreira", declarou.

O tenista reconheceu também que retornou às quadras antes do que deveria, após tratamento no cotovelo direito. Djokovic se afastou do circuito em julho do ano passado, justamente após ser eliminado em Wimbledon. Retornou no Aberto da Austrália, ainda com dores, em janeiro. No mês seguinte, operou o cotovelo. E também enfrentou dificuldades físicas nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami.

"Quando voltei a treinar e joguei na Austrália, estava com dor. Depois isso passou, pelo menos foi o que havia pensado. Mas voltei rápido demais. Não estava pronto para competir. Não fui bem em Indian Wells e Miami. E levei muitos meses para recuperar a confiança, voltar ao básico", declarou o sérvio.

Por fim, o ex-líder do ranking garantiu que continuará trabalhando com o técnico Marian Vajda ao menos até o fim do ano. Foi com o treinador que Djokovic obteve suas maiores conquistas. A ele é atribuído o bom retorno do sérvio às quadras nas últimas semanas. "Conversamos e parece que ele vai continuar com a gente até o fim do ano, o que é uma grande notícia. Depois disso, vamos ver o que acontece."

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