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Em nova fase na carreira, Scheidt vira técnico no Mundial de Classes Olímpicas

. Focado em ajudar Jorge Zarif a chegar ao pódio, Robert Scheidt explica como será o seu trabalho.

Redação Folha Vitória


Com duas medalhas de ouro olímpicas (Atlanta-1996 e Atenas-2004) e uma prata (Sydney-2000) na classe Laser, mais uma prata e um bronze na Star (Pequim-2008 e Londres-2012, respectivamente), além de 14 títulos mundiais, Robert Scheidt resolveu passar por novas experiências na sua carreira na vela. Será o treinador de Jorge Zarif, da Finn, no Mundial de Classes Olímpicas. As regatas começam nesta quinta-feira e seguem até o dia 12 de agosto na baía de Aarhus, na Dinamarca.

"Espero ser um facilitador desse processo, uma pessoa com experiência para ajudar o Jorginho. Estou muito animado com essa primeira experiência como técnico em uma competição oficial e ainda por cima desse nível. Espero contribuir", explicou Robert Scheidt. "No período de treinos em Garda (Itália) tentamos identificar alguns pontos da velejada dele os quais considerei haver algum espaço para ganho, possibilidades para evoluir e melhorar. Trabalhei detalhes na parte técnica".

Mas quem dá a medida da dimensão de ter o bicampeão olímpico em seu staff, um velejador considerado uma lenda, é Jorge Zarif. "O Robert técnico é igual ao Robert velejador e provavelmente igual ao Robert em qualquer profissão ou área da vida: extremamente dedicado, estudioso e meticuloso", contou. "No primeiro dia de treino que fizemos, ele já tinha visto todas as 'medals races' dos últimos dois anos da classe Finn e visto algumas coisas que eu fazia de diferente dos outros, observado pontos que eu poderia evoluir".

Em Aarhus, além das medalhas do Mundial, estarão em jogo as primeiras vagas olímpicas da vela para os países nos Jogos de Tóquio-2020. Focado em ajudar Jorge Zarif a chegar ao pódio, Robert Scheidt explica como será o seu trabalho. "Durante o campeonato, minha função ficará mais focada em identificar as condições da raia. Agora teremos mais dois olhos na raia tentando identificar as condições de cada percurso, as características de cada um. Com isso, espero conseguir que o Jorge tenha um mundial consistente. Vou sempre tentar fazer análises de risco e retorno para cada estratégia de regata e, assim, construir uma média dia a dia", explicou.

Na parte tática, Robert Scheidt também traçou uma linha de conduta para seu pupilo. "Em um Campeonato Mundial, com essa importância, é imprescindível que o começo seja consistente, evitando grandes erros, pois estes custam muito. Na medida do possível, vamos tentar deixar o descarte mais para frente", avaliou.

Disputado a cada quatro anos, o Mundial de Classes Olímpicas é o principal evento do calendário da Federação Internacional de Vela (ISF, na sigla em inglês). A primeira edição foi realizada em 2003, em Cádiz, na Espanha. A competição reúne as 10 classes do programa dos Jogos de Tóquio-2020: RS:X masculina, RS:X feminina, Laser, Laser Radial, Finn, 470 masculina, 470 feminina, 49er, 49er FX e Nacra 17.

Além de Jorge Zarif, os velejadores do Brasil serão Martine Grael e Kahena Kunze (49er FX), Carlos Robles e Marco Grael (49er), Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (470 feminina), Geison Mendes e Gustavo Thiesen (470 masculina), Henrique Haddad e Felipe Brito (470 masculina), Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino (Nacra 17), João Bulhões e Bruna Martinelli (Nacra 17), Patrícia Freitas (RS:X feminina), Brenno Francioli (RS:X masculina), Bruno Fontes (Laser) e Gabriella Kidd (Laser Radial).