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Em paz, São Paulo recebe Colón pela Sul-Americana com Aguirre em alta no clube

Redação Folha Vitória

O São Paulo recebe o argentino Colón, nesta quinta-feira, às 19h30, em paz com sua torcida, que deve comparecer em bom número ao Morumbi. Há algumas razões para isso: a expectativa de vitória sobre um adversário teoricamente fraco na segunda fase da Copa Sul-Americana; a sequência de sucessos recentes contra "pedreiras" que manteve o clube na briga pela liderança do Campeonato Brasileiro; e Diego Aguirre.

Não é exagero creditar ao treinador uma das explicações pela virada na situação do time. Mesmo colecionando decepções como seus muitos antecessores no cargo - desde a sua chegada, em março, a equipe foi eliminada do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil -, o uruguaio se transformou na esperança de dias melhores e, consequentemente, títulos, algo não experimentado pelos lados são-paulinos desde 2012, justamente na Copa Sul-Americana daquele ano.

Tanto que nesta quinta, quando completará apenas seu 25.º jogo no comando do São Paulo, Aguirre já desperta em fãs e dirigentes o temor de não estar mais no cargo em 2019 - seu contrato termina em dezembro. O maior medo é de um convite da Associação Uruguai de Futebol (AUF) para dirigir a seleção nacional.

O clube paulista respirou um pouco mais aliviado diante dos acontecimentos desta semana no país vizinho, que viu o presidente da AUF, Wilmar Valdez, renunciar alegando problemas familiares. A decisão se deu após áudios de Valdez no WhatsApp vazarem entre membros da própria entidade. Não se sabe ainda o conteúdo das mensagens, mas se especula no Uruguai que elas comprometam Valdez em casos de corrupção.

Isso interessa o São Paulo porque há algum tempo se fala no nome de Aguirre para suceder Óscar Tabárez no comando do selecionado uruguaio, ideia agradável ao grupo de Valdez. Por outro lado, os possíveis sucessores do cartola na AUF se mostram mais favoráveis à permanência de Tabárez no posto que ocupa há mais de uma década.

Aguirre já foi questionado algumas vezes a respeito da possibilidade de deixar o São Paulo se receber o convite do seu país. Faz sempre questão de frisar que vai cumprir o contrato, algo que se repetiu nesta quarta-feira.

"Estou 100% focado no São Paulo. Sei das coisas que acontecem, mas não muda nada para mim. Meu foco está aqui. Quero conquistar alguma coisa no São Paulo, ter êxito, e depois o futuro dirá. Não há nada que tire minha cabeça daqui", disse.

A diretoria ainda não se sentou com o uruguaio para discutir a renovação contratual e deve esperar até o próximo mês para dar início a um movimento mais direto nesse sentido. Vale lembrar que o ex-zagueiro Lugano, compatriota do técnico são-paulino, é um dos trunfos na negociação e pode ajudar a convencer Aguirre a permanecer no Morumbi no próximo ano.

Em um clube que se habituou a trocar o nome da cadeira principal da comissão técnica com tamanha frequência - Aguirre é o sétimo treinador efetivo nos últimos três anos, sem contar os interinos -, o prestígio do atual comandante dá a medida do ânimo que ele vem despertando.

Basicamente, com Aguirre o São Paulo voltou a ser um time "confiável", o que, na prática, significa dizer que disputa grandes partidas de igual para igual, o que não vinha ocorrendo num passado recente.

Para isso, o uruguaio deu um padrão tático à equipe, algo em que seus antecessores também falharam. Até a passagem de Dorival Júnior, a quem Aguirre sucedeu, era difícil identificar como o São Paulo jogava ou quais eram as suas principais características. Agora, a resposta está na ponta da língua de qualquer torcedor: marcação firme e contragolpes letais. Foi assim que o time venceu dois jogos considerados dificílimos fora de casa - Flamengo (1 a 0) e Cruzeiro (2 a 0) - e o clássico diante do Corinthians (3 a 1), sendo que o gol do rival ainda foi irregular. "Desde que chegou, ele pediu intensidade de quem fosse jogar. O segredo é a entrega de todos", disse o zagueiro Bruno Alves ao Estado.

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