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Proximidade da eleição esquenta clima no Palmeiras e pressiona Galiotte

O mais recente episódio do racha no Palmeiras ocorreu na noite de segunda-feira. O Conselho de Orientação Fiscal (COF) reprovou pelo terceiro mês seguido as contas do presidente

Redação Folha Vitória

Após passar por uma última eleição presidencial de candidato único e de clima de paz em 2016, o Palmeiras se prepara para um pleito bem mais tenso em novembro. O atual mandatário, Mauricio Galiotte, enfrenta a perda de apoio de três dos quatro vice-presidentes, reprovações seguidas de contas e questionamentos sobre a relação com a patrocinadora do clube, a Crefisa.

O mais recente episódio do racha no Palmeiras ocorreu na noite de segunda-feira. O Conselho de Orientação Fiscal (COF) reprovou pelo terceiro mês seguido as contas do presidente. Por 12 votos a quatro, os membros do órgão recusaram os balanços principalmente por discordar da maneira como Galiotte refez o contrato com a Crefisa.

Dois aditivos alteraram a forma como o clube conta com o apoio da empresa para adquirir reforços. Como revelado pelo Estado em janeiro, a Crefisa foi multada pela Receita Federal pela maneira como bancava as chegadas de atletas. Os contratos tiveram de ser mudados.

Em vez de compra de propriedades de marketing, as contratações passaram então a ser por empréstimos. A mudança fez o Palmeiras ter de devolver cerca de R$ 120 milhões à empresa. A novidade causou questionamentos no COF e membros do órgão chegaram a solicitar um plano de venda dos jogadores contratados pela Crefisa para amenizar o prejuízo.

Galiotte chegou a ser alvo de dúvidas dos "cofistas" em uma reunião por admitir ter assinado os aditivos com data retroativa, pois estava em férias, licenciado, e preencheu os documentos dias depois. O departamento jurídico do clube afirmou ao Estado que não há ilegalidade no ato, pois mesmo licenciado o presidente continua com poderes de representação.

O cenário de cobrança sobre Galiotte levou o presidente a convocar uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Palmeiras para explicar as mudanças. O encontro deve ser no próximo dia 20.

O principal adversário na eleição deve ser um dos seus quatro vices atuais. Genaro Marino tem o apoio de outros dois colegas, assim como dos ex-presidentes Mustafá Contursi e Paulo Nobre.

Galiotte considera as ações no COF como manobras políticas. Segundo aliados dele, mesmo reprovadas as contas de março tinham superávit de R$ 1 milhão. Ao fim do ano a previsão de faturamento é de R$ 465 milhões. O presidente não se vê ameaçado pela situação, pois considera ter a maioria de apoio no Conselho Deliberativo, para onde são levadas para votação final os orçamentos. / COLABOROU RAPHAEL RAMOS

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