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Quem é a capixaba bicampeã mundial e favorita nas Paralimpíadas

Mariana Gesteira brilhou no Mundial de Natação Paralímpica em Manchester, na Inglaterral, e já faz planos para os Jogos de Parais/2024

Vitor Simões

Redação Folha Vitória
Foto: Douglas Magno / CPB

Qualquer lista de nadadoras favoritas ao pódio nas Paralimpíadas de Paris/2024 precisa ter o nome Mariana Gesteira. E não é exagero. Longe disso.

A nadadora do Álvares Cabral foi um dos destaques da delegação brasileira no Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, encerrado no dia 6 de agosto, em Manchester, na Inglaterra.

Com o tempo de 27s70, Mariana garantiu o bicampeonato mundial na prova dos 50m livre. Mas a bagagem dela voltou bem mais pesada de Manchester. Afinal, nela também estavam a prata nos 100m livre e os três bronzes que a capixaba ganhou nos 100m costas, revezamento misto 4x100m medley e revezamento misto 4x100m livre.

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Em entrevista a reportagem do Folha Vitória, Mariana, que curtiu alguns dias de descanso, mas já voltou aos treinos, celebrou a participação em Manchester. E comemorou, além das medalhas, alguns dos melhores recordes pessoais da carreira.

"Aos 28 anos, foi o melhor tempo da minha carreira nas provas de 50m livre e 100m livre. Além disso, nos 50m livre foi o recorde das Américas", vibrou Mariana.

A paratleta lembra que as marcas batidas nas provas que disputou perduravam a bastante tempo na modalidade.

Foto: Alessandra Cabral/CPB
Mariana em ação no Mundial em Manchester

"Nas três provas (individuais) que disputei, eu fiz minha melhor marca! Uma marca durava sete anos e as outras foram desse ano, mas também duravam sete anos até este ano. Então, as marcas estão evoluindo pra mim e isso é muito importante. Vivi alguns dos melhores momentos da minha vida", afirmou Mariana.

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Após fazer bonito no Mundial de Natação Paralímpica, Mariana tem pela frente outros grandes desafios. Em novembro, entre os dias 17 e 26 de novembro, a atleta disputa os Jogos Parapan-Americanos em Santiago, no Chile.

Em seguida, a preparação é para os Jogos Paralímpicos de Paris/2024, que é considerado o principal objetivo da atleta. Mariana já tem uma medalha de bronze conquistada nos Jogos de Tóquio/2022, na categoria S9.

"O nosso objetivo agora já começou. Temos o Parapan pela frente, que  é uma competição forte aqui nas Américas e, normalmente, dá bastante visibilidade. É uma prévia também para os Jogos de Paris porque tem um padrão muito parecido de Vila. Então, vai ser bem legal. A gente está fazendo um ciclo de treino para essa competição", concluiu.

Trabalho específico

Para conseguir resultados expressivos entre os principais paratletas do mundo, Mariana Gesteira conta com uma rotina de trabalho forte e individualizado. A atleta sofre com a doença de Arnold Chiari, que limita a coordenação motora e afeta os efeitos fisiológicos

Foto: Alessandra Cabral/CPB
O técnico Leonardo Miglinas com a nadadora Mariana Gesteira em Manchester

O treinador da nadadora, Leonardo Miglinas, ressaltou o trabalho feito no dia a dia de treinos e trabalhos específicos para potencializar o desempenho de Mariana nas piscinas. "A gente conseguiu fazer uma temporada bem positiva. Nosso trabalho é focado na individualidade do atleta, cada caso é diferente. Conseguiu individualizar o treino, ela é a única atleta do mundo que tem essa deficiência", explicou.

Dessa forma, o treinador destaca que a preparação voltada para o Parapan-Americano e Jogos Paralímpicos de Paris é bastante positiva. E projeta metas ambiciosas.

"A gente tem a meta de conquistar uma grande quantidade de medalhas. As seletivas para Paris começam no próximo ano e ela é a atual campeã mundial e confiamos que ela esteja nas Paralimpíadas", frisou.

Brasil em 4º lugar

A contribuição de Mariana ajudou o Brasil a retornar com 46 medalhas na bagagem (16 ouros, 11 pratas e 19 bronzes) e a encerrar sua participação em quarto lugar na competição. 

A também capixaba Patrícia Pereira terminou a competição com duas medalhas de prata, nos 50m livre e no revezamento misto 4x50m livre, e um bronze nos 150m medley SM4. Além disso, ela ficou em quarto lugar nos 50m peito SB3.

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