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Futebol deve ser 'exemplo' contra racismo, diz Platini

Redação Folha Vitória

Roma - No Brasil, o recente caso envolvendo o goleiro Aranha ganhou destaque nos últimos tempos, mas o racismo tem assolado o futebol mundial há muitos anos. O presidente da Uefa, Michel Platini, admitiu a dificuldade de acabar com o problema na Europa, mesmo com a intensificação das punições. O francês afirmou ainda que o objetivo é fazer com que o esporte dê "exemplo" de comportamento à sociedade.

"O futebol tem que ser um exemplo", afirmou o dirigente ao inaugurar uma conferência sobre respeito e diversidade no futebol, organizada pela Uefa e a FIFPro (sindicato internacional dos jogadores) na Itália. "Precisa transmitir valores que possam ajudar a sociedade a ser mais tolerante com a diversidade."

Para Platini, "o futebol é um espelho da sociedade". E já que as pessoas não têm conseguido dar um bom exemplo fora do âmbito esportivo, cabe à modalidade se antecipar e mostrar o comportamento correto. "Precisamos nos certificar de proteger o mais valioso. Discriminação é uma praga que assolou a história por muitos anos, não pode mais ser aceita por uma sociedade em que todos deveriam ser iguais."

Mas apesar de todo o esforço e as medidas tomadas para combater o racismo e o preconceito no esporte, Platini sabe que, ao menos no futebol, as entidades vêm falhando até o momento. "Está tudo bem e certo ao criar comitês e forças-tarefa, mas você não vai chegar em lugar nenhum sem infraestrutura e regras."

A própria Itália, onde acontece a conferência, viu um escândalo de racismo acontecer em seu futebol recentemente. O presidente da federação do país, Carlo Tavecchio, protagonizou uma polêmica quando ainda era candidato. Ao ser perguntado sobre o excesso de jogadores estrangeiros no futebol local, respondeu: "Na Inglaterra, eles escolhem os jogadores com base no profissionalismo, enquanto dizemos que 'Opti Poba' está aqui. Ele estava comendo bananas antes e agora está como titular da Lazio e tudo bem".

A Uefa prometeu investigar o assunto. Platini reiterou esta promessa nesta quarta e criticou a atitude do dirigente italiano. "O futebol inclui, dá boas-vindas, integra, ele não exclui ou discrimina ninguém. Ele acelera o progresso da sociedade", afirmou o dirigente.

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