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Antes de jogar seu 5º Mundial, Falcão celebra condição de 'embaixador' do futsal

Redação Folha Vitória

Zurique - No alto dos seus 39 anos de idade, Falcão está prestes a jogar o seu quinto Mundial de Futsal, que começa neste sábado, na Colômbia. Considerado o astro maior e para muitos o melhor jogador de todos os tempos da modalidade, o ala brasileiro festeja o fato de que pode ser qualificado também como um verdadeiro "embaixador" deste esporte.

O craque falou sobre esta condição em entrevista ao site oficial da Fifa, publicada nesta quinta-feira, quando foi exaltado pela entidade como um jogador que ajudou muito a popularizar o futsal, que, embora seja praticado em vários cantos do mundo, ainda não conseguiu se tornar uma modalidade olímpica, por exemplo.

E essa popularidade se deve em muito ao fato de que as grandes jogadas e gols de Falcão hoje se espalharem de forma rápida por meio das redes sociais, que ajudaram a torná-lo um ídolo global do futsal, e não apenas dos torcedores brasileiros.

Um evidência disso ocorreu na última segunda-feira. Após amistoso contra Ilhas Salomão, em Francisco Beltrão (PR), onde o Brasil massacrou o modesto adversário por 18 a 0 em amistoso preparatório para o Mundial, o ala brasileiro chegou a ser interrompido pelos jogadores da seleção rival em sua entrevista coletiva com pedidos para que fossem fotografados ao seu lado ainda dentro da quadra.

"Isso (a sua popularidade) é algo que eu nunca imaginei. Eu queria chegar à seleção, queria fazer muitas coisas pelo meu esporte, mas isso tomou uma proporção muito grande, absurda. Porque em muitos lugares do mundo às pessoas não sabem, às vezes, ou não entendem, o que é o futsal, mas sabem quem é Falcão. Esse é o maior troféu que eu poderia ter, o de ser embaixador de um esporte tão popular", ressaltou.

Falcão, por sua vez, sabe que a sua popularidade não foi adquirida apenas por meio dos muitos títulos conquistados pela seleção e pelos clubes que defendeu ao longo da sua carreira, mas sim pela ousadia e habilidade fora do comum para marcar golaços e aplicar dribles espetaculares.

"Sempre joguei assim como agora. Na rua, em casa, na escola, com os amigos... E quando me tornei profissional, não mudei. Não escolho partida nem adversário, quando a situação justifica uma bicicleta ou um chapéu, eu os faço e na mesma hora. Para mim, a final de um Mundial ou uma exibição são a mesma coisa", afirmou o jogador, destacando depois que a "alegria de jogar deve prevalecer" no futsal.

DESPEDIDA - O Mundial deste ano, por sua vez, será o seu último pela seleção brasileira, depois ter se sagrado campeão em 2008 e 2012 e sido terceiro colocado em 2004 e vice-campeão em 2008. Para completar, ele foi eleito duas vezes o melhor jogador da competição e também foi por uma vez o Chuteira de Ouro como artilheiro.

Em 2012, porém, Falcão admite que não conseguiu desfrutar do Mundial como gostaria, pois enfrentava problemas físicos e ainda foi atrapalhado por uma paralisia facial. Com isso, acabou ficando na reserva durante a maior parte dos jogos. Ele atuou durante apenas 29 minutos ao total, mas mesmo assim marcou gols decisivos contra Argentina e Espanha, esta última derrotada pelo Brasil na decisão.

"Em 2008 eu falava que seria meu último Mundial; em 2012, eu estava certo de que era o último; e agora estamos aqui em 2016, creio que em boa forma, porque neste ano estou muito focado em poder desfrutar da competição", enfatizou, sem deixar com que o fato de ser um veterano o limite a sonhar com objetivos modestos. "Quero jogar bem, quero ser campeão, quero ser artilheiro, quero ser o melhor jogador... Isso é o que motiva todo o tempo", projetou.

O Brasil estreia neste Mundial contra a Ucrânia, domingo, às 20 horas (de Brasília), em Bucaramanga, pelo Grupo D, que também conta com Austrália e Moçambique.

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