Esportes

Beckenbauer recebeu verba como chefe da candidatura da Copa-2006, diz Federação

Redação Folha Vitória

Berlim - A Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão) informou nesta terça-feira que o ex-jogador Franz Beckenbauer recebeu 5,5 milhões de euros como chefe da vitoriosa candidatura do país para sediar a Copa do Mundo de 2006. A informação pode dar novos rumos à investigação sobre um possível caso de corrupção na escolha da Alemanha e envolvendo o ex-atleta.

A revelação da entidade também desmente o que Beckenbauer havia declarado recentemente. Em entrevista à revista local Der Spiegel, o ex-jogador garantiu que ocupou apenas um "cargo honorário" na candidatura e que não recebeu nenhuma quantia financeira para isso.

A revista Der Spiegel foi a primeira a revelar o valor pago a Beckenbauer nesta terça. Em resposta à publicação, a DFB explicou que o ex-jogador realizou trabalhos para uma agência de apostas que patrocinou a candidatura. A entidade ainda revelou que realizou cinco pagamentos do acordo de patrocínio entre fevereiro de 2005 e outubro de 2006, que envolveram o ídolo alemão.

Além disso, o contrato original de Beckenbauer com a DFB, assinado no dia 14 de outubro de 2004, continha a previsão do pagamento de bônus relacionados com seu rendimento.

Beckenbauer é um dos dirigentes alemães investigados pela Justiça da Suíça por suspeita de corrupção na escolha da Alemanha como país-sede da Copa do Mundo de 2006. Além dele, os dois últimos presidentes da DFB estão sob a mira desta investigação. O inquérito foi aberto após acusações de fraude, gestão criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação.

A própria DFB chegou a abrir um inquérito para investigar as supostas irregularidades, na tentativa de evitar maiores punições caso elas fossem encontradas. Nele, foi revelado que pagamentos foram feitos a dirigentes da Fifa, apesar de nenhuma comprovação de que estas quantias tratavam-se de subornos para que a Alemanha fosse eleita a sede.

O próprio Beckenbauer chegou a admitir que quantias foram enviadas pela DFB à Fifa, mas garantiu na época que tratavam-se de pagamentos para que o país garantisse direito a um depósito para o início da organização do Mundial.