Futuro presidente, Galiotte une forças no Palmeiras e luta contra sombra de Nobre
São Paulo - Maurício Galiotte será eleito presidente do Palmeiras no dia 26 de novembro e levará consigo muito mais do que o poder que hoje está nas mãos de Paulo Nobre. O atual vice-presidente obteve feito que parecia impossível até pouco tempo atrás: fazer com que uma eleição no clube fosse realizada com candidato único. Galiotte, mesmo sendo aliado do atual mandatário, conta com prestígio e credibilidade até dos oposicionistas.
A dúvida dos que são contrários à gestão de Paulo Nobre é se Galiotte conseguirá governar com liberdade e manter a postura que o ajudou a conseguir um clima harmonioso no clube. O futuro presidente do Palmeiras tem como principal virtude uma condução flexível e conciliadora, que o faz ter bom relacionamento até mesmo com concorrentes e adversários políticos de Nobre. Um deles é o ex-dirigente Wlademir Pescarmona, além de representantes da WTorre, construtora do Allianz Parque.
O jornal O Estado de S. Paulo ouviu pessoas ligadas à oposição e à construtora e todas elas adotaram a mesma linha. Falam que Galiotte se mostra mais equilibrado e melhor negociador do que o atual presidente e torcem para que sua postura não mude após assumir o comando.
"Nas poucas coisas que conseguimos nos entender sem precisar brigar com o Palmeiras, foi graças a conversas com ele", disse um representante da WTorre. Pescarmona espera que Galiotte não se deixe levar pela provável aproximação de Paulo Nobre em seu governo. "A gente torce para que ele governe com sua cabeça e não aceite tudo o que o Paulo Nobre fale. Quando ele sentar na mesa e estiver com a caneta na mão, é que a gente vai ver como, de fato, agirá", destacou.
A oposição ainda explica que não concorda com a forma de gestão do clube, por considerá-la autoritária e por falhar em determinados pontos, como por exemplo, na relação com torcedores que não são sócios do programa de sócio-torcedor Avanti.
Outro ponto em que a eleição de Galiotte pode ajudar muito o Palmeiras é no relacionamento com a Crefisa e a FAM, empresas patrocinadoras. Ele é quem mais conversa com os representantes da parceira, que já teve divergências com a atual diretoria. Com contrato até dezembro, a tendência é que o acordo seja renovado por mais tempo.
Embora seja candidato único, Galiotte vai passar por votação em 26 de novembro e assumirá o cargo oficialmente no dia 15 de dezembro. Porém, por fazer parte da chapa atual, ele já tem um processo de transição bastante adiantado.
