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Futsal feminino segue sem dinheiro para ir a Mundial

Redação Folha Vitória

Rio - A seleção brasileira feminina de futsal segue sem saber se conseguirá disputar o Mundial da categoria, em dezembro, na Costa Rica. Nesta quinta-feira, um encontro foi realizado em São Paulo tentando pôr fim ao impasse, mas tudo o que as atletas conseguiram foi um prazo maior para levantar os R$ 180 mil necessários para disputarem a competição.

O encontro desta quinta reuniu o presidente da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), Renan Tavares, o secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, e a ala Vanessa, representando as jogadoras. A expectativa das atletas era por um desfecho positivo, mas não foi o que aconteceu.

"Eu desisto dessa gestão e entidade (CBFS). Abro mão desta vergonha que é, da situação humilhante que estou passando", disparou Vanessa em uma rede social, logo após o encontro. "Vim com o pensamento positivo, de mudanças e coisas boas. Saio decepcionada, saio de mãos abanando. Saio como cheguei. Aliás, saímos... Porque hoje quem faz algo e está fazendo são as atletas, o ministério do Esporte e pessoas que querem ver a modalidade crescer."

Na semana passada, a CBFS havia anunciado que o Brasil não participaria do Mundial deste ano, mesmo tendo vencido todas as quatro edições já realizadas. A alegação da entidade, que passa por séria crise financeira, é falta de recursos. Segundo a CBFS, a disputa da competição exigiria um investimento de R$ 450 mil. Após pressão, porém, a entidade decidiu dar um prazo para que as próprias atletas levantassem os recursos necessários - ele se esgotaria nesta sexta, mas foi ampliado até quarta-feira da próxima semana.

CUSTOS - Após levantamento de custos, as jogadoras chegaram à conclusão de que o orçamento para a disputa do Mundial era de R$ 180 mil, bem inferior ao informado pela CBFS. As atletas, então, começaram uma campanha nas redes sociais em busca de doações e patrocínio.

Em entrevista à Rádio Estadão na última terça-feira, Toninho Nascimento informou que o ministério do Esporte só ficou sabendo da situação recentemente, o que inviabiliza uma participação mais efetiva da pasta. Sem poder injetar recursos, o secretário se dispôs a ajudar na busca por parceiros.

Segundo Vanessa, as doações conseguidas até o momento pagam apenas a alimentação e taxas de embarque. "Eu choro de raiva, de desprezo, de humilhação por chegar aqui (em São Paulo) e escutar o que escutei! Eu sinto muito, mas não suporto mais tanta humilhação e desprezo. Sinto vergonha por representar estas pessoas (CBFS)", escreveu a ala.

"A seleção brasileira feminina precisa neste momento de passagens áreas para ir ao Mundial. Nós, atletas e ministério, estamos movendo o mundo para ir ao Mundial, enquanto o resto espera nós até quarta para saber o que arrecadamos e a confirmação de passagens! E quem tem força, não move nada por nós! Decepcionante!", lamentou a jogadora.

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