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'Foi muito dramático', conta jornalista colombiano presente ao resgate de vítimas

Redação Folha Vitória

São Paulo - O colaborador da rádio Caracol, da Colômbia, Roberto Urrea foi o primeiro jornalista colombiano a chegar ao local do acidente nesta terça-feira e contou ao jornal O Estado de S.Paulo ter vivido um "momento muito difícil". Urrea, muito conhecido pelos jornalistas que atuam em Medellín, estava no aeroporto Olaya Herrera desde a tarde de segunda-feira esperando a chegada da delegação da Chapecoense para iniciar a cobertura do primeira partida da final da Copa Sul-Americana.

"Eu estava lá porque o avião chegaria entre 17h e 18h quando nos avisaram que o voo atrasaria e chegaria 21 horas. Deu 21h30, 21h40 e o avião não chegava. Fomos até a torre de controle e recebemos a notícia de que ele tinha perdido o contato às 21h55 e depois desaparecido dos radares", contou Urrea sobre o momento em que percebeu o acidente.

Em seguida, junto com autoridades, foi até o local da perda de sinal da aeronave. "Chegamos lá depois de uma hora e vimos uma cordilheira muito difícil de subir. Foi preciso usar laços e fazer uma espécie de escalada. Quando chegamos nos deparamos com o avião despedaçado. Foi um momento muito difícil".

O voo, com 77 pessoas a bordo, entre elas a equipe da Chapecoense - que disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, em Medellín - e 21 jornalistas brasileiros, havia saído de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O acidente ocorreu na região montanhosa de El Gordo, parte rural do município La Unión, no Departamento (Estado) de Antioquia. Segundo autoridades da aviação colombiana, a aeronave declarou "emergência" e falhas elétricas antes de desaparecer do radar.

Urrea contou ter conversado com bombeiros, que pediam ajuda e colaboração de todos que estavam no local. "Nós ajudamos, foi muito difícil. Eram 75 pessoas sem vida, foi um acidente muito trágico. Infelizmente apenas seis pessoas saíram vivas", explicou o jornalista.

O colaborador contou ter conversado com médicos para poder informar sobre o estado de saúde dos feridos. "Acompanhamos, por exemplo, o resgate do primeiro ferido, até ser levado à ambulância, foi o Danilo. Depois soubemos que ele morreu no hospital. Outro jogador teve as pernas amputadas, foi tudo muito triste", afirmou o jornalista, se referindo ao goleiro Jackson Follman, um dos sobreviventes, que passou por cirurgias e precisou amputar a perna e ao também goleiro Marcos Danilo Padilha, que morreu no hospital.

O jornalista colombiano afirmou que havia pesquisado sobre alguns jogadores da Chapecoense já justamente para fazer a cobertura da final do campeonato. "Foi tudo muito dramático, muito difícil ver tudo aquilo. Era um cenário desolador, quando chegamos vimos um panorama muito dramático", concluiu Urrea.

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