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Clássico colocará à prova líder acuado e rival em alta no 2º turno do Brasileirão

O clima de decisão vai se refletir nas arquibancadas, pelo menos do lado corintiano. Em Itaquera, apoio será total. Em mais um clássico de torcida única em São Paulo, 42 mil ingressos já foram vendidos

São Paulo - Corinthians e Palmeiras vão fazer um clássico com ares de decisão. As duas equipes vivem momentos bem distintos, mas ambas sabem que o resultado de domingo será fundamental para manter viva a briga pelo título do Campeonato Brasileiro.

Após um primeiro turno quase impecável, o time de Fábio Carille caiu de rendimento e tem apenas a 17.ª campanha no segundo turno, com aproveitamento de rebaixado - 12 pontos. No lado oposto, o Palmeiras demitiu Cuca e com Alberto Valentim mudou da água para o vinho. Não à toa, tem a terceira melhor campanha da segunda metade do campeonato, com 22 pontos, e conseguiu diminuir a diferença, que já foi de 17 pontos, para apenas cinco.

O empate do Palmeiras com o Cruzeiro na última rodada não foi suficiente para frustrar as pretensões alviverdes, nem deixar os corintianos aliviados. Embora tentem disfarçar e tratar a partida como apenas mais um clássico no ano, os atletas do líder do Brasileiro sentem um clima diferente para o jogo.

"Se a gente já não tivesse feito tudo o que fizemos, não teríamos um parâmetro e estaríamos mais preocupados. Já fizemos muitas coisas boas e temos de nos basear nisso para conseguir um bom resultado", afirmou o lateral-direito Fagner, que disse não ter visto a partida do rival na última segunda-feira, pois estava jogando videogame com o filho.

Confiança alta

Para manter a confiança em alta e não deixar que a má fase dos principais jogadores atrapalhe, o discurso no Corinthians recorre até mesmo à desconfiança que existia em relação ao time no início da temporada. "Em janeiro, ninguém acreditava que a gente fosse chegar. Temos de trabalhar e esquecer as projeções", emendou Fagner.

O difícil é passar tal tranquilidade e confiança para a torcida. Após a derrota para a Ponte Preta, os muros do Parque São Jorge foram pichados com xingamentos e ameaças ao elenco. Tudo isso ainda sendo líder.

O Palmeiras também já viveu essa gangorra de emoções. Durante parte do campeonato, falou em brigar pelo título, jogou a toalha, demitiu treinador e voltou a acreditar, graças à queda do rival e também à sua ascensão após a saída de Cuca.

Com Valentim, a equipe vem de uma sequência de três vitórias e um empate. Se tivesse vencido o Cruzeiro, na última segunda, dependeria apenas de suas forças para conquistar o torneio pelo segundo ano consecutivo.

O momento faz com que os palmeirenses voltem a acreditar. "O jogo de domingo, na casa do Corinthians, vai dizer tudo. Temos de nos concentrar, encarar esse confronto como uma final. Estamos tendo uma evolução grande. Enquanto tivermos chance de atingir algo melhor do que o G-4, vamos lutar. Podemos buscar o título, mas temos os pés no chão e humildade de jogar jogo a jogo", disse o lateral-esquerdo Egídio.

Ele sabe que o ambiente no Palmeiras é bom nessa reta final de campeonato. "A gente sabe a dificuldade que é o Brasileirão. Estamos na vice-liderança, diminuindo ponto a ponto. O que o campeonato proporcionar, vamos buscar. Temos sete rodadas, podemos buscar algo muito maior do que o G4."

O clima de decisão vai se refletir nas arquibancadas, pelo menos do lado corintiano. Em Itaquera, apoio será total. Em mais um clássico de torcida única em São Paulo, 42 mil ingressos já foram vendidos. A diretoria estuda a possibilidade de o treino de sábado ser realizado no Itaquerão, palco da partida.

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