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Tudo pela Libertadores: torcedor raspa a cabeça e esposa flamenguista vira tricolor

Torcedor do Fluminense por influência do pai, capixaba Marlon Siqueira teve a cabeça raspada pela esposa, Lorena Nascimento, que era flamenguista, mas agora é tricolor depois do título da Libertadores

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Acervo pessoal

Amor de pai pra filho. E que já está enraizado na terceira geração da família do capixaba Marlon dos Santos Siqueira. No sábado (4), o principal capítulo da história de amor da família pelo Fluminense foi escrito pelos pés de Germán Cano e John Kennedy, autores dos gols da vitória história por 2 a 1 sobre o Boca Juniors, no Maracanã, na final da Libertadores. Um título inédito, inesquecível e que, é claro, ficará marcado por histórias dentro e fora dos campos.

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No caso de Marlon, o título ficou marcado na cabeça. Literalmente. Afinal, ele prometeu, antes do jogo, que rasparia os cabelos caso o time fosse campeão. E como promessa é dívida...

Morador de Campo Grande, Cariacica, Marlon herdou do pai, Alcides, a paixão pelo Fluminense. E aqui já vai um detalhe pra lá de curioso. Alcides, na verdade, tem o apelido de Zico, simplesmente o maior ídolo do time rival, o Flamengo.

Foto: Acervo pessoal
"Meus pais se separaram quando eu era muito jovem. E sou tricolor totalmente por conta do meu pai. Naquela época, era um meio que eu tinha de poder estar com o meu pai. Então, eu não perdia nem um jogo do Fluminense e tava sempre com o meu pai para ver os jogos. E era uma época braba, de Série C (1999). Cheguei a ir aqui ao (estádio) Araripe ver Fluminense x Serra. O Vasco tava ganhando tudo naquela época. Meus amigos, a maioria vascaínos e flamenguistas. Eu querendo 'pular o muro', mas permaneci firme por causa do meu pai. Hoje eu sou um tricolor até mais apaixonado do que eu meu pai", lembra Marlon.

A ideia de fazer uma promessa pelo título inédito da Libertadores, taça que que por décadas foi usada pelos adversários para zoar os tricolores, surgiu em um sonho. Depois de um mês de muita ansiedade à espera da final contra o Boca Juniors, o torcedor teve uma "visão".

"Uma semana antes do jogo, eu tive um sonho muito real, muito real mesmo, no Maracanã. O Fluminense fazendo o gol da vitória, o Maracanã explodindo, eu comemorando o título depois. E eu acordei com isso na cabeça: 'pô, o Fluminense vai ser campeão!' E numa reflexão com Deus, eu falei: 'a gente tá fazendo por onde, tem jogado uma bola bacana nos últimos dois anos, a gente tá preparado, o Senhor  podia dar essa alegria pra gente e, se o Fluminense for campeão, eu vou raspar a cabeça'. Mas fiquei com isso guardado pra mim. E aí, no dia do jogo, surgiu o assunto promessa e me veio isso na cabeça. E aí eu contei que prometi raspar a cabeça na máquina zero".

Marlon só não esperava que a esposa, Lorena Nascimento, entrasse na brincadeira.

"Minha esposa poderia ter tentado me trazer pra realidade, né, falar 'para com essa doideira, não precisa disso...', mas ela já foi e botou pilha: 'quero ver se você é homem mesmo, vou gravar aqui porque você vai ter que assumir o compromisso. Aí eu gravei. E deu tudo certo, graças a Deus, e no apito final ela já veio ligando a máquina e não deu tempo nem de raciocinar. Quando eu vi, ela já meteu a máquina na raiz do cabelo, pra não ter chance de voltar e deu no que deu! Tô com uma careca que só Jesus na causa (gargalhada)".

Esposa, ex-flamenguista, agora é tricolor de coração

Foto: Acervo pessoal

A conquista inédita da Libertadores não foi a única grande alegria que Marlon teve no sábado. Com o título, ele também sacramentou o processo de conversão da esposa. Ex-flamenguista, Lorena agora ela é tricolor de coração, convertida ao Dinizismo

"O melhor é que a gente conseguiu convertê-la. Ela se dizia flamenguista. Na final do Carioca, ela já tinha balançado. Já tava aprendendo a cantar as músicas, de vez em quando botava a camisa. Mas depois da final (da Libertadores) ela bateu o pé e pediu pra comprar camisa personalizada que ela vai virar tricolor. Então, pra mim, foi fechar com chave de ouro esse ciclo. Agora é pensar numa nova promessa para o Mundial".

Lorena admite que o coração passou a bater mais forte pelo clube das três cores que traduzem tradição ainda no Campeonato Carioca, quando foi ao Maracanã com a família e viu o Fluminense ser campeão em cima do Flamengo.

"Eu comecei a gostar do time quando eu fui ao Maracanã. A energia da torcida me deixou muito encantada. Mas eu estava dividida entre o Flamengo, que é o time do meu pai, e o Fluminense, do meu esposo. Só que a paixão do Marlon pelo Fluminense foi me encantando. E aí, assistindo o jogo com ele, vendo a conexão do time com a torcida, eu gostei muito. Essa vibração tem uma sintonia diferenciada, né? As canções! Eu sei mais canções do Fluminense do que do Flamengo. Então, seria hipocrisia continuar no Flamengo. E depois do último jogo, a energia que meu marido e meu sogro passaram dentro de casa, eu não tive dúvidas de que eu tinha que virar uma tricolor também", explica Lorena.

E o nome do segundo filho: Vicente ou Germán Cano?

O casal já tem uma pequena torcedora tricolor em casa, a neném Ana Liz. E o segundo filho está a caminho. Em clima de final da Libertadores, será que o nome vai acompanhar a idolatria pelos jogadores e vem aí um novo Germán Cano?

Marlon exibe um áudio que mandou pra esposa logo após a classificação na semifinal da Libertadores, eliminando o Internacional. "Não é mais Vicente! É Germán Cano o nome da criança!".

"(Risada) Se ele nascesse por agora, era bem capaz de eu fazer essa doideira mesmo! Mas ela não vai deixar, não. Tá vindo um meninão aí, mais um tricolor!".

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