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Após fraude na Argentina, eleição para AFA deve acontecer às vésperas do Natal

Redação Folha Vitória

Buenos Aires - Após a eleição de quinta-feira terminar com evidente fraude, a Associação de Futebol Argentina (AFA) agora precisa de uma nova votação para definir seu futuro presidente. Nesta segunda-feira, dirigentes ligados às campanhas dos dois únicos candidatos se reuniram num restaurante em Buenos Aires e definiram que a eleição deverá ser realizadas às vésperas do natal.

A votação está inicialmente marcada para 23 de dezembro, mas a data precisa ser homologada pela assembleia da AFA. "Fixamos esta data para esperar que o River Plate volte do Japão. A ideia é que estejam todos os associados", disse Daniel Angelici, empresário que no domingo se reelegeu presidente do Boca Juniors, apoiado pelo agora presidente eleito da Argentina Maurício Macri, seu antecessor na Bombonera.

Angelici e Rodolfo D'Onofrio estão de lados opostos no pleito. O River Plate apoia a reeleição de Luis Segura, que está no cargo de maneira interina desde a morte de Julio Grondona. Este ocupou o posto por 35 anos sem oposição interna e tinha a seu lado a maioria dos maiores clubes do país.

O Boca está com Marcelo Tinelli, apresentador de televisão mais famoso do país e que representa, para o futebol, o mesmo que Macri para a Argentina de forma geral: renovação radical.

O River Plate já está a caminho do Japão, onde disputará o Mundial de Clubes, e os grandes clubes da Argentina concordaram que D'Onofrio se preocupe primeiro com a competição e depois com a eleição.

Na quinta-feira, a primeira eleição direta para presidente da AFA, em uma votação entre dirigentes de 75 clubes, foi marcada por um resultado inusitado: 76 votos e empate entre os dois candidatos. Cada concorrente teve 38 votos porque um dos eleitores incluiu duas cédulas no envelope, o que não foi detectado na apuração.

O resultado indica que um dos candidatos teria vencido por apenas um voto, não fosse a irregularidade. Uma convocação a votar de novo não foi concretizada porque três dirigentes deixaram a sede da AFA, em Ezeiza, a 50 quilômetros de Buenos Aires. Durante os últimos dias, cartolas denunciaram ameaças e a casa de um deles foi pichada.

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