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Leila Pereira desafia Mustafá no Palmeiras: 'Não tem mais força'

Redação Folha Vitória

São Paulo - A empresária, conselheira e patrocinadora do Palmeiras, Leila Pereira, atacou nesta terça-feira o ex-presidente Mustafá Contursi. Em visita ao Estado, onde concedeu entrevista ao Estadão Esporte Clube, a dona da Crefisa reafirmou o rompimento com o antigo parceiro político e minimizou o possível impacto da decisão dentro dos bastidores do clube.

"Acho que as pessoas dão para ele uma força que o Mustafá não tem mais. Criou-se um mito sobre a figura dele. O Palmeiras precisa deixar de lado isso e entrar no século XXI", disse a empresária. Os dois entraram em conflito depois da revelação de um escândalo no clube sobre venda ilegal de ingressos. O caso está sob investigação pelo Conselho Deliberativo do Palmeiras e pelo Ministério Público (MP).

Desde meados de 2015, a cada jogo do Palmeiras a empresária repassava a Mustafá, antigo padrinho político dela, cerca de 70 ingressos. O ex-presidente, no entanto, entregava os bilhetes a uma pessoa chamada Eliane, que, por sua vez, deixava os bilhetes com um representante da torcida organizada Mancha Alviverde. Esse processo foi revelado por uma reportagem da ESPN.

Leila explicou que a cada partida, tem em mãos cerca de 500 ingressos e costuma distribuí-los entre clientes, parceiros e sócios. "Eu não poderia imaginar que os ingressos seriam revendidos. Eu e meu marido (José Roberto Lamacchia) cortamos o relacionamento com o Mustafá. Foi tudo por água abaixo", afirmou. O ex-presidente palmeirense ajudou a empresária a viabilizar candidatura para se tornar conselheira do clube, em fevereiro.

A empresária prestou depoimento ao MP na última semana sobre o assunto. "Vou até o fim com isso", disse. Leila negou temer que o rompimento com Mustafá possa lhe atrapalhar politicamente no clube. "Não tenho medo de nada. Quem vota no Palmeiras são os sócios. Eu bato de frente com qualquer um que seja. Não tenho nada a esconder, porque minha vida é limpa", disse. Procurado pelo Estado para comentar as declarações de Leila, o ex-presidente palmeirense não retornou aos pedidos por entrevista.

Após ter investido na última temporada nas contratações de jogadores como Borja, Juninho, Luan, Deyverson, Guerra e Bruno Henrique, a empresária lamentou o ano sem títulos do Palmeiras, porém, disse que o segundo lugar conquistado no Campeonato Brasileiro não pode ser considerado negativo, principalmente porque no ano anterior o time acabou como campeão.

A dona da Crefisa negou ter sido chamada nesta janela de transferências para cooperar com alguma contratação. "Eu sei o meu limite como torcedora. Eu jamais interferiria em decisões do futebol. Eu apenas sou chamada para ajudar em algumas contratações e quando está dentro do meu alcance, eu contribuo", afirmou.

As empresas de Leila pagam por ano mais de R$ 70 milhões em patrocínio master ao Palmeiras. Parceira do clube desde 2015, a conselheira já contribuiu com mais de R$ 100 milhões em contratações para a equipe.

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