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A fábrica não para! Família Falcão tem novo campeão brasileiro de boxe

Irmão dos medalhistas olímpicos Esquiva e Yamaguchi, Luciano Falcão, o Urso, conquista cinturão brasileiro no boxe profissional e faz planos para ganhar o mundo

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram
Luciano Falcão, o Urso, com cinturão profissional do Conselho Nacional de Boxe na categoria cruzador

“A fábrica não para, né?”. A frase em tom de brincadeira é de Luciano Falcão, mais um integrante da família Falcão que começa a fazer história no boxe. Uma história que começou com Touro Moreno nos anos 60 e 70, mas que ficou conhecida no Brasil inteiro em 2012, quando os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão, filhos do Touro, foram medalhistas de prata e bronze, respectivamente, nos Jogos Olímpicos de Londres.

De lá pra cá, outros nomes foram conquistando seu espaço, como Yuri Falcão, campeão brasileiro de boxe olímpico e medalhista de bronze no Pan de Santiago/2023, e Estivan “Tunny” Falcão, ex-campeão brasileiro de boxe olímpico e que já tem um cartel de respeito no boxe profissional, com 13 vitórias e duas derrotas. E é também no boxe profissional que Luciano mostra toda a sua força.

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O “Urso” conquistou, há uma semana, o cinturão brasileiro da categoria cruzador (até 90,7kg) do Conselho Nacional de Boxe (CNB). O título veio com vitória por nocaute no primeiro round sobre Nelbe Jacundino, com apenas 1min40 de luta, no Coliseu Boxe Center, em Guarulhos (SP). Foi a oitava vitória de Luciano em oito lutas como profissional, sendo seis delas por nocaute.

“O cinturão veio e já penso sim nos próximos objetivos. Já estou treinando pra fazer umas lutas fora do Brasil. Quero disputar título latino, quero tentar ganhar outros cinturões e até ganhar o cinturão do mundo”, avisou Luciano Falcão, com pose e confiança de campeão.

Com 25 anos de idade, ele trilhou uma carreira diferente da que os seus irmãos Esquiva e Yamaguchi seguiram, indo diretamente para o boxe profissional. E surpreende ao contar que o motivo pelo qual não se dedicou ao boxe olímpico antes de buscar a profissionalização.

“Minha carreira foi um pouco diferente porque eu comecei no futebol. No início, meu sonho era ser jogador de futebol. Porém, não deu muito certo, graças a Deus”, conta Luciano, entre risadas, lembrando que chegou a fazer algumas lutas no boxe amador, mas que seu objetivo sempre esteve em chegar ao boxe profissional: “As coisas no boxe foram acontecendo naturalmente. Não sinto essa falta de ter ficado mais tempo no boxe olímpico. Até porque eu, quando comecei no boxe, sempre achei o boxe profissional muito chamativo e me brilhava mais os olhos. Então, eu fiz apenas algumas lutas no boxe amador para poder me preparar já para o boxe profissional”.

Nova geração da família 

Se no futebol as coisas não aconteceram, no boxe ele mostra o mesmo talento dos demais irmãos. E avisa: “São muitos lutadores na família e, detalhe, todos craques! E tem uma renca de sobrinhos e netos vindo aí!”.

Foto: Reprodução/Instagram
Touro Moreno com o filho Luciano Falcão

Assim como os demais irmãos, Luciano faz questão de manter o pai, Touro Moreno, por perto. Foi assim na luta que valeu o cinturão. Ele explica que, mesmo aos 85 anos, o veterano lutador ainda tem muito a ensinar aos filhos.

“O meu pai é sensacional! E quando a gente o coloca no nosso corner é pra poder passar uma confiança a mais porque ele sabe os caminhos, ele nos acompanha nos treinos e dá os palpites dele. Ele entende muito do assunto. Até porque, além de mim, ele á fez outros filhos campeões. Então, ele estar no nosso corner é uma força a mais!”, conta o Urso.

Além das dicas e conselhos do pai, Lu Falcão também ouve os outros irmãos. E tem em Yuri Falcão, 21 anos, bronze no Pan de Santiago, em outubro, um confidente.

“O Yuri é o mais novo, foi agora recentemente medalhista do Pan e começamos juntos no boxe. Vivemos juntos por muito tempo e ele é o meu maior parceiro no boxe e na vida. Conversamos sobre tudo, tudo mesmo. Olhos os vídeos dele de treinamentos, tento copiar algumas coisas encaixam com meu boxe. Tem os outros irmãos também que eu escuto bastante, como o Yamaguchi, porém, o Yuri é aquele parceirão por convivermos juntos por tanto tempo”.

Foto: Reprodução/Instagram
Luciano Falcão, com a equipe da Coliseu, exibe o cinturão de campeão brasileiro cruzador

Luciano mora e treina em Vitória, na academia Hangar, na Praia do Canto, mas sempre que pode vai a Guarulhos para fazer preparação na Coliseu, academia respeitada de boxe que forma alguns dos principais pugilistas do País.

“Treinei muitos anos lá. Foram sete anos e aprendi muito com eles”, conta o agora campeão brasileiro cruzador, que faz questão de agradecer à equipe da academia e à pugilista Isabella Moyses, a Bella Boxe: “Um agradecimento à minha madrinha, mãezona, a Bella. Ela sempre me ajuda muito e me dá a maior força no treino. É minha parceira de treino”, agradece.

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