18.11.2025 - Brasil x Tunisia - Lille FOTO: @rafaelribeirorio / CBF
Ancelotti à beira do campo no empate do Brasil com a Tunísia (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Se Carlo Ancelotti fosse um treinador brasileiro, será que seu trabalho à frente da Seleção Brasileira já seria alvo de críticas mais fortes? A torcida e a imprensa estão pegando leve com ele por enquanto? Até quando?

A cada boa atuação, há pressa em apontar que Ancelotti encontrou o “Brasil ideal” ou a “Seleção do hexa”. Mas, no jogo seguinte, a equipe insiste em decepcionar, mostrando que ainda está longe do que se espera do time canarinho na Copa do Mundo de 2026.

Derrota para a Bolívia nas Eliminatórias, derrota de virada para o Japão em amistoso e empate com a Tunísia em amistoso. Qual técnico brasileiro passaria impune por estes resultados? Nenhum.

Ancelotti tem oito jogos como treinador do Brasil. São quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. O aproveitamento é de 58,3%. Curiosamente, o mesmo aproveitamento de Dorival Júnior como treinador da Seleção, só que o agora técnico do Corinthians chegou a este número em 16 partidas (sete vitórias, sete empates e duas derrotas).

09.09.2025 - Bolívia x Brasil - El Alto Foto: @rafaelribeirorio I CBF
Carlo Ancelotti durante a derrota do Brasil para a Bolívia nas Eliminatórias (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

É pouco? É muito? O que vai responder isso é o resultado. Como sempre foi na história do futebol brasileiro, o resultado vai dizer se o trabalho deu certo ou não. Somos assim. Quando a bola entra, tudo é festa. Quando não entra, caçamos os culpados.

De (muito) positivo, o que fica até agora em 2025 é que Ancelotti provou ser o treinador cascudo que a Seleção Brasileira estava precisando. Com ele, o foco volta a ser o futebol apenas, e não mais as confusões extracampo nas quais a CBF se meteu nas últimas décadas.

Quem está garantido na Copa?

A temporada 2025 termina para a Seleção Brasileira com boa parte do grupo definido para a Copa do Mundo de 2026. A lista final terá 26 jogadores e já é possível adivinhar a maioria.

Salvo algum problema por lesão, a convocação final terá:

  • Goleiros: Alison e Ederson
  • Laterais: Éder Militão, Danilo e Alex Sandro
  • Zagueiros: Marquinhos e Gabriel Magalhães
  • Meio-campistas: Casemiro, Bruno Guimarães e Paquetá
  • Atacantes: Vini Jr., Rodrygo, Matheus Cunha, Estêvão, Raphinha e João Pedro

São 16 nomes certos. Faltam 10, que devem ser mais um goleiro (Bento parece à frente de Hugo Souza), mais um ou dois zagueiros, mais um ou dois laterais (dependendo de como Ancelotti vai aproveitar Éder Militão), mais um volante e as vagas restante para serem disputadas pelos jogadores de frente. Entre eles, Gabriel Martinelli, Luiz Henrique, Richarlison, Vitor Roque, Pedro e Neymar.

Assim como todo treinador, Ancelotti tem as suas escolhas pessoais, os seus preferidos. E por isso a Seleção teve o retorno (bom retorno) de Casemiro, as convocações constantes dos laterais Danilo e Alex Sandro, a permanência de Richarlison entre os mais cotados para ir à Copa, a aposta em Fabrício Bruno para compor a zaga.

Alguns nomes podem não agradar, mas também não existe uma comoção nacional pela convocação de algum outro jogador. Nem por Neymar.

Flávio Dias
Flávio Dias

Editor de Esportes

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024