Flamengo campeão da Libertadores. TRIO ELETRICO NO CENTRO - 30-11-2025 por fotoscrflamengo Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo
Comemoração do Flamengo nas ruas após o título da Libertadores (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

A segunda “era de ouro” da história do Flamengo é agora e está sendo escrita a cada competição. São 17 títulos conquistados pela geração de Arrascaeta e Bruno Henrique, os dois jogadores que permanecem no clube desde 2019, ano de início da nova arrancada rubro-negro.

A comparação é inevitável com a geração de Zico, responsável pela primeira “era de ouro” do clube, nos anos 80.

De 1980 a 1987, ano da última volta olímpica do Galinho pelo clube, o Flamengo conquistou 4 Brasileirões (1980, 1982, 1983 e 1987), 1 Libertadores (1981), 1 Copa Intercontinental (1981) e 2 Campeonatos Cariocas (1981 e 1986).

Uma época e uma geração que mudaram o patamar do Flamengo e fizeram de Zico o maior ídolo do clube.

A geração de 2019 tem impressionantes 17 títulos em um intervalo de sete anos: 3 Libertadores (2019, 2022 e 2025), 1 Recopa Sul-Americana (2020), 3 Brasileirões (2019, 2020 e 2025), 2 Copas do Brasil (2022 e 2024), 3 Supercopas do Brasil (2020, 2021 e 2025) e 5 Campeonatos Cariocas (2019, 2020, 2021, 2024 e 2025).

Com eu disse antes, a comparação é inevitável. Porém, é injusta. Os tempos eram outros e as competições tinham significados diferentes. Ganhar uma Libertadores nos anos 80 era mais improvável para um clube brasileiro em comparação com hoje, quando o Brasil venceu oito das últimas 10 edições.

Outra mudança significativa: o Campeonato Carioca “valia” mais. E a Copa do Brasil, conquistada duas vezes pela atual geração, só foi criada em 1990 — o Flamengo foi o primeiro campeão, com Júnior como único remanescente da geração de 81.

Geração de 2019 x Geração de 1981

Até o ano passado, Zico e Júnior lideravam o ranking de jogadores com mais títulos conquistados pelo Flamengo, com 13 taças. Ainda em 2024, eles ganharam a companhia de Gabigol.

Em 2025, no entanto, Arrascaeta e Bruno Henrique assumiram a liderança do ranking e dispararam na ponta, com 17 taças cada um. Os dois chegaram ao Fla justamente em 2019, ano de início da nova era de ouro.

Talvez, a relação dos cinco maiores nomes da história do Flamengo já seja formada por dois representantes da geração de 1981 (Zico e Júnior) e três da geração de 2019 (Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique). Eu digo talvez porque toda lista leva em consideração também questões afetivas e, aí, alguns nomes podem variar. Ou você acha impossível alguém incluir Leandro, Petkovic ou Adriano Imperador no seu ranking pessoal?

Tempo vai dizer quem foi maior

Idolatria se faz com títulos, mas também com carisma e representatividade. Neste ponto, os números são frios demais.

Arrascaeta e Bruno Henrique ganharam mais do que Zico. Isso os coloca na mesma prateleira do Galinho? Não. Pelo menos, ainda não.

Zico é praticamente uma religião para os rubro-negros. É ídolo há três gerações e deu nome a milhares de filhos e netos de torcedores do Flamengo. Quem não conhece pelo menos um “Arthur”, filho ou neto de flamenguistas?

Se daqui a alguns anos começarem a “brotar” crianças batizadas como Gabriel, Giorgian ou Bruno Henrique, aí a discussão começa a mudar…

Toque rápido

  • A geração de 1981 ainda é mais representativa para o Flamengo do que a de 2019. Mas tenho certeza que Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique. No lugar de quem? Problema do treinador…
  • Por falar em treinador, quem é o seu preferido? Carpegiani, Jorge Jesus ou Filipe Luís?
  • Se o Flamengo ganhar a Copa Intercontinental de 2025, a discussão muda?
Flávio Dias
Flávio Dias

Editor de Esportes

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com 24 anos de experiência na editoria de Esportes e em grandes coberturas como os Jogos Pan-Americanos do Rio-2007. Membro da banca de júri do Prêmio Melhores do Esporte 2024