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Para cônsul, ultimato da PF "saiu barato" para chilenos

Para cônsul, ultimato da PF “saiu barato” para chilenos Para cônsul, ultimato da PF “saiu barato” para chilenos Para cônsul, ultimato da PF “saiu barato” para chilenos Para cônsul, ultimato da PF “saiu barato” para chilenos

Rio – O cônsul-geral do Chile no Rio, Samuel Ossa, disse nesta quinta que “saiu barato” para seus compatriotas que invadiram o Centro de Mídia do Maracanã na última quarta-feira o ultimato da Polícia Federal para que deixem o Brasil até sábado – se ficarem, serão deportados. Entre os 88

invasores chilenos, há até dois imigrantes que moram no Brasil e que, segundo o cônsul, não precisarão deixar o País, nem responderão pelo artigo 41-B do Estatuto do Torcedor, pelo qual a Polícia Civil informou terem sido todos os invasores autuados.

Segundo o cônsul-geral, muitos reconheceram o erro e que têm de pagar por ele. “Outros, não. Porém, a maioria está consciente de que lhes saiu barato porque poderiam estar presos, esperando por uma deportação”. Ossa – para quem os invasores não são “delinquentes, mas pessoas que cometeram um erro” – agradeceu a “compreensão e rapidez” do governo brasileiro. Segundo ele, o consulado não vai ajudar financeiramente os chilenos a voltar para casa: “Eles bancaram suas viagens para cá e da mesma forma agora terão de voltar”.

O diplomata fora ao Maracanã para assistir à partida contra a Espanha (devido à confusão, não viu o jogo) e acompanhou os detidos desde a prisão até a Cidade da Polícia, a seis quilômetros do estádio. Ali, os chilenos ficaram até por volta de 23 horas, quando foram levados ao consulado, na zona sul do Rio, e liberados. Segundo ele, além dos 88 chilenos, foram detidos um boliviano e um colombiano.

Nesta quinta, cerca de 10 chilenos do grupo que invadiu o Maracanã estiveram no consulado. A maioria não quis falar com a imprensa e, antes de entrar, um deles ainda cometeu nova infração: à luz do dia, urinou numa árvore do Aterro do Flamengo, em frente ao prédio onde fica o consulado. Outro chileno, que não quis se identificar, disse que tinha passagem de volta, de avião, marcada para 29 de junho: “Agora vou tentar ir de ônibus pelo Paraguai ou Bolívia, quero sair logo do Brasil para não ser preso”.

Segundo a Polícia Federal, os chilenos devem sair em 72h e não poderão voltar durante o período da Copa. Depois, podem. “Se saírem em 72h estarão cumprindo o combinado”, disse o cônsul-geral do Chile no Rio. De acordo com a PF, foram inseridas notificações nos passaportes e nas “tarjetas de entrada” – que viajantes do Mercosul recebem ao entrar no Brasil e obrigatoriamente têm de apresentar às autoridades brasileiras durante seu deslocamento no País – dos chilenos presos.

 

“Qualquer agente público, ao conferir seus documentos, saberá até quando poderão ficar no Brasil. Constatando que o prazo foi ultrapassado, o agente deve encaminhá-los à unidade mais próxima da PF

para possível deportação sumária”, informou a PF.

O cônsul-geral negou que os chilenos sejam de torcidas organizadas e que a ação tenha sido orquestrada. Depois das prisões e dos depoimentos, a Polícia Civil informou que os detidos foram autuados no artigo 41-B do Estatuto do Torcedor – promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivo. O texto prevê pena de até dois anos de detenção, e que o caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal. Mas, segundo o cônsul-geral, a punição ficará só mesmo no encurtamento da estadia de seus compatriotas no País, inclusive para os dois chilenos que aqui residem e nem mesmo precisarão sair.

 

“Nenhuma pessoa gosta que seus compatriotas manchem ou deixem mal seu país, sobretudo porque nossa seleção está bem e fez um jogo fantástico, e acabamos ficando mais preocupados com a prisão deles do que com o ótimo resultado”, disse Ossa.