A nadadora Mariana Gesteira, da classe S9 (limitação físico-motora moderada), faz sua estreia no Mundial de Natação Paralímpica, em Singapura, na madrugada desta quarta-feira (24), disputando os 100m livre, prova na qual foi medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024.
Nadadora do Álvares Cabral, de Vitória, Mari Gesteira chega ao torneio como favorita. Ela tem o segundo melhor tempo da temporada nos 100m livre, com 1min02s07, feito em maio deste ano.
Escolhida como porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura, ao lado do multicampeão Gabrielzinho, Mari está empolgada com a estreia em Singapura.
“O frio na barriga sempre aparece, mas é uma sensação gostosa de competir em alto nível, contra as melhores do mundo. Estou muito animada para dar o meu melhor, ainda mais depois de ter sido porta-bandeira do Brasil. É hora de curtir o momento, porque sei que são experiências únicas e valiosas”, disse a nadadora.
O técnico Léo Miglinas reforça a confiança em uma boa performance: “Os treinos e as competições preparatórias foram muito positivos. Agora é o momento de colocar tudo o que foi feito na piscina. A expectativa é de um bom desempenho e, quem sabe, grandes resultados.”
Mari Gesteira vai nadar três provas no Mundial
Após os 100m livre, Mariana ainda disputa os 100m costas, na sexta-feira, e encerra sua participação no 50m livre, no sábado, prova na qual é a atual bicampeã mundial.
Natural de Itaboraí (RJ), Mari Gesteira mudou-se para o Espírito Santo para treinar com o técnico Leonardo Miglinas no Álvares Cabral.
Ela nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio, e foi medalhista de bronze nos 100m livre e nos 100m costas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Patrícia Pereira estreia com medalha
Outra representante do Estado na competição é Patrícia Pereira. Ela estreou no domingo (21) e conquistou a medalha de bronze nos 50m peito classe SB3, com o tempo de 57s70. A primeira colocação foi para a italiana Monica Boggioni (53s95), e a segunda com a Mira Larionova, dos Atletas Paralímpicos Neutros, com 56s33.
A mineira radicada no Espírito Santo tem quatro medalhas em Jogos Paralímpicos: duas pratas — 4x50m livre no Rio-2026 e 50m peito em Paris-2024 — e dois bronzes — 4x50m livre em Tóquio-2021 e 4x50m livre em Paris-2024.
Patricia nasceu em Coronel Fabriciano (MG) e atualmente defende o clube Naurú (SP), mas passou a vida inteira no Espírito Santo. Ela foi baleada no pescoço em 2002, durante um assalto a uma casa lotérica onde trabalhava como caixa, em Vitória, e ficou tetraplégica.
Num centro de reabilitação no Estado, conheceu primeiro o basquete em cadeira de rodas. Porém, em 2009, foi convidada para um projeto que envolvia a natação, que foi o ponto de partida para a atleta ingressar na modalidade.