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Portuguesa já faz planos para se levantar após queda

Portuguesa já faz planos para se levantar após queda Portuguesa já faz planos para se levantar após queda Portuguesa já faz planos para se levantar após queda Portuguesa já faz planos para se levantar após queda

São Paulo – Rebaixada à Série C do Campeonato Brasileiro, a Portuguesa vive a sua pior crise em 94 anos de história. Um dia após a queda, consumada com a derrota para o Oeste por 3 a 0 na última terça-feira, o pensamento no clube é um só: por uma questão de sobrevivência, o purgatório da terceira divisão precisa se limitar ao ano de 2015.

Se o acesso não vier no ano que vem, as receitas, que já são ínfimas, vão desaparecer por completo. O baque já foi grande quando o clube caiu, no tapetão, da Série A para a B em 2013. A verba de direitos de televisão caiu de R$ 18 milhões para R$ 2,5 milhões. Na Série C, não há cota de televisão. A CBF paga apenas passagem de ônibus e aéreas (para distâncias maiores de 700 quilômetros).

Sem dinheiro, sofrendo uma série de ações na Justiça e devendo salários a jogadores e funcionários, o clube vai apelar a parcerias com empresários de jogadores e apostar nas categorias de base. A ideia é montar um time que se mantenha na primeira divisão do Campeonato Paulista e que possa conseguir o acesso à Série B no final do ano.

“Vamos enfrentar a Série C e o Paulista pensando grande”, disse o presidente do Conselho Deliberativo, Marco Antonio Teixeira Duarte. “No último ano do mandato do Ilídio (Lico), em 2016, queremos subir para a Série A”. O dirigente ainda culpa a gestão anterior pelo momento de penúria e pelo rebaixamento à Série C. Segundo ele, tudo começou com o tapetão no final do ano passado.

A Portuguesa foi rebaixada no STJD por causa da escalação irregular do meia Héverton na última rodada do Brasileirão. O time perdeu quatro pontos, entrou na zona de rebaixamento e livrou o Fluminense da degola. “Fomos dormir com receitas e despesas de Série A e acordamos com receitas de Série B, mas despesas de Série A”, disse Marco Antônio. “Vieram ações e processos, começou com 48 e hoje são cerca de 140. São pequenos fatores que, somados, viraram uma bola de neve”.

Após a derrota para o Oeste, jogadores reclamaram do atraso de salário. “Ninguém trabalha de graça”, disse o zagueiro Matheus Alonso. Marco Antonio diz que o clube não paga salários há um mês e o atraso no pagamento dos direitos de imagem vai completar dois meses.

SEIS TÉCNICOS – Zé Augusto foi o sexto treinador do time na temporada. Ele assumiu a equipe principal há três jogos, já com o time à beira do precipício. E por isso continua no clube. O elenco já está mais enxuto. De 47 jogadores, restaram 26. “A diretoria me deu total aval para já ir pensando no time do ano que vem. O planejamento primeiro está em cima do Paulistão, no qual a meta será ter um grupo forte para não correr o risco de rebaixamento e, depois, para subir na Série C. Eles querem ficar lá (na terceira divisão) apenas uma temporada”.

Para o treinador, as mudanças constantes no comando técnico mais atrapalharam do que ajudaram o time na disputa da Série B. “A Portuguesa não teve DNA nessa Série B, mudou muito de comando, de jogadores, e cada técnico adotava um esquema. Assim ficou muito difícil. A meta, agora, é já ir formando uma base para o ano que vem voltarmos a jogar um bom futebol”.

Segundo Zé Augusto, que foi treinador do Corinthians antes do rebaixamento à Série B, em 2007, a saída é lançar garotos das categorias de base. “Não queremos fazer feio em 2015. Trabalharemos com um grupo de 26 jogadores e alguns meninos serão utilizados como o Luan Viana, o Jussa, o Marcelinho (apelidado de Robinho), todos atacantes, além do Bruno, lateral-direito, e do Nescau, um meia esquerda muito habilidoso”.