Londres – Principal responsável pela investigação contra a Fifa, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, afirmou nesta quarta-feira que conta com a cooperação do Catar, futura sede da Copa do Mundo de 2022, na apuração do escândalo de corrupção na cúpula da entidade máxima do futebol.
“Esperamos que o papel do Catar [na investigação] seja de cooperação”, afirmou Lynch, em visita a Londres. Ela espera que a aproximação do Catar com os Estados Unidos, em razão dos ataques ao Estado Islâmico no Oriente Médico, favoreça a cooperação também em casos de corrupção.
O Catar foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022 em uma polêmica votação, em dezembro de 2010. O pleito foi seguido de diversas denúncias de corrupção. Há suspeitas de que dirigentes catarianos tenham subornando membros do Comitê Executivo da Fifa para votarem a favor do país para receber o evento de 2022. O país nega qualquer irregularidade na eleição em que saiu vitorioso.
As suspeitas estão sendo investigadas a fundo pelo Departamento de Justiça dos EUA, que prendeu sete cartolas da Fifa no fim de maio, em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Na semana passada, outros dois dirigentes foram detidos na mesma situação, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesta quarta, Loretta Lynch avisou as autoridades do Catar que os EUA também investigarão a relação do país com a Fifa caso surjam indícios. “Se descobrirmos um problema, corrupção ou uma violação de lei que leve os EUA a um caso investigatório, vamos seguir em frente nesta apuração”, declarou a procuradora-geral.