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Projeto mantém vivo sonho das 'novas Hortências' no basquete brasileiro

Projeto mantém vivo sonho das ‘novas Hortências’ no basquete brasileiro Projeto mantém vivo sonho das ‘novas Hortências’ no basquete brasileiro Projeto mantém vivo sonho das ‘novas Hortências’ no basquete brasileiro Projeto mantém vivo sonho das ‘novas Hortências’ no basquete brasileiro

O basquete está no DNA. Mariane, 11 anos, é filha da ex-jogadora Helen Rodrigues. A irmã Anna, 16, atua pelo time sub-17 da ADC Bradesco, de Osasco, e já foi convocada para defender a seleção brasileira de base. O sonho de seguir os passos da rainha Hortência, sua outra referência na modalidade, e se tornar profissional só foi possível com ajuda do Projeto Educando pelo Esporte, em Caieiras.

A iniciativa de Vlademir Pereira Silva, responsável pela ONG Associação Educacional Esportiva e Cultural (Assedec), surgiu em um momento de dificuldade, em maio do ano passado. Mariane e outras meninas ficaram sem um lugar para treinar, com o fim da escolinha de basquete da técnica Sandra Costa.

Antes de falar um pouco mais sobre o projeto é necessário mergulhar na história de Mariane. A relação com o basquete começou cedo, quando era levada pela mãe para acompanhá-la nos treinos. Aos 5 anos, ao lado da irmã Anna, que tinha 10, já estava em quadra, arriscando os primeiros arremessos.

Sandra Costa logo percebeu o talento das irmãs e tratou de incentivá-las. Hoje, Mariane tem bolsa de estudos de 100% no Colégio Amorim – situação fora da realidade financeira da família – e está participando do ‘jr. nba League’. Mais do que isso: treina no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), da Prefeitura de São Paulo, que tem como função formar atletas de alto rendimento para o esporte brasileiro.

“Meu sonho é ser profissional e ver o basquete feminino brasileiro respeitado novamente”, afirma Mariane, com muita personalidade. Ela se espelha na mãe e na irmã e tem Hortência como ídolo. A pequena recorre à internet para vê-la jogar e reproduzir em quadra. “Ela é incrível, era muito boa. A melhor de todas”, se empolga Mariane, que recentemente conheceu a ex-jogadora.

Sandra Costa, que continua como técnica de Mariane no projeto, vê semelhanças. “O arremesso. Ela tem uma mecânica certinha”, compara. A técnica cita ainda o estilo de jogo. “A Mari gosta de infiltrar, fazer bandeja.”

PROJETO – Atualmente, o núcleo onde Mariane treina atende 100 crianças – meninas e meninos entre 6 e 17 anos -, residentes em bairros carentes da região, e fornece material para prática do basquete e alimentação. As aulas são duas vezes por semana, sempre no contrafluxo escolar, em um espaço cedido pela secretaria de educação da prefeitura de Caieiras.

O Educando pelo Esporte recebe verba federal, via Lei do Incentivo da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. As empresas Neoenergia, Braskem, Coop e Lara investem no projeto em troca de desconto no imposto de renda. “O projeto é muito importante porque ele abre portas para crianças que não têm condições, dá educação e permite sonhar em se tornar jogadora”, afirma Mariane.

Vlademir confia que outras meninas com talento para o basquete possam surgir, apesar de o intuito do projeto não ser este. “Vai render muitos frutos”, disse o ex-jogador, que administra outro núcleo do Educando pelo Esporte para 200 crianças em Mauá, onde ensina handebol e ginástica acrobática.