A seleção brasileira de conjunto agora faz parte da elite da ginástica rítmica mundial. A equipe conquistou duas medalhas de prata no Campeonato Mundial encerrado no domingo (24), na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro (RJ).
Um feito inédito para o Brasill, que nunca havia subido ao pódio em um Mundial da modalidade. As pratas vieram no conjunto geral e na final do conjunto misto (3 arcos e duas bolas). E tiveram a participação da capixaba Sofia Madeira Pereira.
O Mundial realizado no Rio também foi histórico para o Brasil nas disputas individuais. Pela primeira vez, o País teve duas finalistas no individual geral: Bárbara Domingos conquistou a nona colocação, a melhor da história para uma ginasta brasileira, e a capixaba Geovanna Santos, a Jojô, foi a 18ª colocada na final.
Duas medalhas históricas para o Brasil
A primeira medalha da história do conjunto em Mundiais saiu no sábado (23), com a prata no conjunto geral. O time brasileiro teve Sofia Madeira, Duda Arakaki, Nicole Pircio, Maria Paula Caminha e Mariana Gonçalves e ficou atrás do Japão na classificação final.
No domingo, a equipe comandada pela treinadora Camila Ferezin repetiu a dose na final do conjunto misto. Desta vez, o ouro foi para a Ucrânia.
Quem é Sofia Madeira
Sofia Madeira Pereira, 21 anos, é atleta do Incesp e foi convocada para a seleção brasileira pela primeira vez em 2018. Desde o final de 2022, passou a ser titular do conjunto e já estreou com três medalhas de ouro no Campeonato Sul-Americano da Colômbia: no conjunto geral, cinco arcos e mista (3 fitas e duas bolas).
Em 2023, voltou ao pódio com a seleção brasileira no Pan-Americano de Guadalajara, no México, novamente com três medalhas de ouro: conjunto geral, cinco arcos e misto.
No mesmo ano, foi titular na campanha do sexto lugar geral no Mundial de Valencia-2023, na Espanha, colocação que valeu a classificação olímpica para Paris-2024. O conjunto ainda foi quarto colocado na prova dos cinco arcos, batendo na trave do pódio em um Mundial.
Na ocasião, Sofia conversou com o Folha Vitória e destacou a mudança de patamar da ginástica rítmica brasileira a partir dali.
“O mundo agora enxerga o Brasil de outra forma porque estamos no topo do mundo na ginástica rítmica. Conseguimos elevar o patamar da ginástica rítmica pro topo e todos olham de uma forma diferente. Porque, querendo ou não, agora somos uma ameaça a todos eles. E isso é incrível! Fizemos história para o Brasil!”
Sofia Madeira, após o Mundial de Valencia-2023
Choro em Paris-2024 e feito histórico no Mundial do Rio
A seleção brasileira de conjunto chegou à Olimpíada de Paris-2024 com muita expectativa. Mas uma lesão de Victoria Borges impediu o conjunto de avançar à decisão.
Após a primeira apresentação no arco, Victoria sofreu uma contratura muscular na panturrilha esquerda durante o aquecimento para a segunda rotação. Mesmo machucada, ela competiu, mas saiu carregada após apresentação.
Além de Sofia Madeira, o Brasil teve outra capixaba no conjunto olímpico: Deborah Medrado. Maria Eduarda Arakaki, Victoria Borges e Nicole Pírcio completaram o time em Paris-2024.
O conjunto continuou com resultados expressivos após a Olimpíada e o choro de tristeza pela participação em Paris-2024 virou choro de alegria no último fim de semana. Com as duas medalhas de prata no Mundial do Rio, o Brasil confirmou a previsão feita por Sofia há dois anos e chegou ao topo da ginástica rítmica mundial.