Talento nas braçadas: saiba quem são os novos rostos da natação capixaba

A natação capixaba comemorou resultados expressivos em 2025, com recordes estaduais, medalhas em Brasileiros e em competições internacionais. Tudo graças a uma nova geração, com atletas nascidos a partir de 2010 que têm mostrado muito potencial para voltar a colocar atletas do Espírito Santo entre os protagonistas da piscina.

O Estado já teve destaques nacionais e internacionais como Cesar Quintaes, Ricardo Dornellas, Alan Pessotti, João Luiz Gomes Júnior, Brunella Breder, Pepenha, Daiene Marçal Dias, Thamy Ventorin e tantas outras.

Agora, começa a conhecer e a decorar os nomes de Matheus Ngome, Luísa Borges, Pietro Von Schilgen, Isabella Luchi, Luísa Patrício e Lucca Sfalsin. Todos com medalhas em Brasileiros das suas categorias e alguns também já com pódios internacionais.

Gigante da natação brasileira aposta em capixaba

O capixaba Lucca Sfalsin, 15 anos, é cria do Álvares Cabral, mas desde o segundo semestre deste ano defende o Pinheiros-SP, um dos gigantes da natação brasileira.

Tricampeão brasileiro nos 100m livre e nos 200m borboleta na categoria infantil, ele subiu para a categoria juvenil em 2025 e se manteve no pódio.

Lucca conquistou três medalhas de prata no Brasileiro de Inverno (100m e 200m borboleta, e 100m livre) e mais duas pratas (50m e 100m borboleta) e um bronze (50m livre) no Brasileiro de Verão. Também em 2025, defendeu a seleção brasileira na Gymnasiade, a maior competição escolar do mundo, que aconteceu na cidade de Zlatibor, na Sérvia.

Pra fechar a temporada, já no novo clube, Lucca foi ouro nos 100m borboleta no Campeonato Paulista.

Luísa Patrício quebra jejum de 15 anos

Luísa Patrício, 14 anos, subiu ao pódio com frequência em 2025. Nadadora do Álvares Cabral, ela conquistou a medalha de ouro nos 100m borboleta no Brasileiro de Inverno, título que o Espírito Santo não conquistava há 15 anos. Na mesma competição, foi prata nos 200m borboleta.

Já no Brasileiro de Verão, foram duas pratas (100m e nos 200m borboleta) no Brasileiro de Verão.

“Os planos para 2026 são melhorar ainda mais meus tempos na modalidade borboleta, para continuar entre as primeiras no ranking brasileiro, e me desenvolver ainda mais no medley (quatro estilos). E, ainda, ser pentacampeã estadual nos 50m, 100m e 200m borboleta”, avisou Luísa.

Matheus Ngome alcança feito histórico

Matheus Ngome tem apenas 13 anos, mas já botou seu nome na história da natação brasileira nas categorias de base. Filho de pai africano, o capixaba de Vila Velha fechou 2025 com medalhas e recordes em todas as competições.

No Brasileiro de Inverno, ele se tornou o primeiro nadador a ser campeão brasileiro nos quatro estilos no masculino — crawl, costas, peito e borboleta — numa mesma competição. Até então, apenas a nadadora Stephanie Balduccini, ouro no Pan de Santiago-2023 e representante do Brasil nas duas últimas Olimpíadas, havia conseguido este feito.

Já no Brasileiro de Verão, foram cinco medalhas de ouro e um recorde brasileiro. O capixaba também foi medalhista nos Jogos Sul-Americanos Escolares em Assunção, no Paraguai, com quatro ouros e uma prata.

Evolução e mais medalhas em 2026

Além de Matheus, Lucca e Luísa Patrício, outros nadadores jovens do Espírito Santo conquistaram ótimos resultados em 2025 e prometem mais para 2026.

Luísa Borges foi medalhista de bronze nos 200m borboleta do Brasileiro de Inverno.

Já Isabella Luchi foi a única nadadora do ES a subir ao pódio nos Jogos da Juventude, com o bronze nos 100m peito.

“Mesmo competindo com meninas de 16 e 17 anos, eu consegui uma medalha de bronze nos 100m peito”, comemora Isabella, de 15 anos.

Em 2025, ela conquistou também 26 medalha de ouro nos Estaduais. E nadou para o bronze nos 200m livre no Brasileiro Juvenil de Inverno.

Treinador destaca o aumento da base

Responsável por formar uma das gerações mais vitoriosas da natação capixaba, na década de 2000, Alexandre Antunes voltou ao Álvares Cabral na pandemia e identificou logo uma das maiores dificuldades: a falta de atletas na base. Desde então, a equipe comandada por ele trabalhou para aumentar a quantidade de nadadores e, a partir daí, buscar resultados.

“Hoje temos 50 atletas federados pelo clube! Isso era fundamental, aumentar a base e trabalhar. Tínhamos seis em 2020”, compara o treinador.

Alexandre tem hoje na sua comissão a ex-nadadora Daiene Dias, medalhista no Pan de 2007 e nadadora da seleção brasileira na Olimpíada do Rio-2016.

“Daiene já está estabelecida. Não é promessa, é realidade. Sem ela, não teria sido tão rápido a reestruturação do departamento de natação do clube”, elogia Alexandre.

Para seguir revelando e levando os nomes da nova geração cada vez mais longe, o treinador aposta na manutenção do trabalho feito pelo clube. “Tudo vai depender do clube e de como vamos trabalhar pra segurar os talentos aqui. Os clubes grandes levam nossos atletas já no juvenil”, alerta.

Confira a análise do “Coach” Alexandre Pussieldi sobre o atual momento da natação capixaba

“O Matheus é um garoto diferenciado. Extremamente qualificado, realmente talentoso, que chama a atenção e tem um nível fora do comum. É um menino que a gente vê que realmente tem muita perspectiva e tem muito pra fazer! Não é pouco não! Ele tem algumas características bem interessantes. Ele é grande, ele é forte, tecnicamente vai muito bem na água, acho que ele nada bem os quatro nados. Ele é muito competitivo, tem ambições e características de atletas que realmente querem buscar algo. E tem uma coisa que ele teve muita sorte, que é pegar um treinador extremamente equilibrado, um cara super estudioso, que não é entusiasmado com vitórias que é o Alexandre. Um cara super rigoroso, que vai, na minha opinião, organizar de forma muito boa a base deste garoto. Porque este garoto tem um futuro simplesmente fantástico!
Eu fiquei muito contente com a evolução da natação capixaba nestes últimos dois anos. O Espírito Santo não é mais o que já foi. Perdemos muito da referência da natação capixaba, hoje tem muito menos pessoas nadando o competitivo. Mas a qualidade voltou de forma muito significativa. São poucos atletas, mas bons atletas. O Espirito Santo sempre foi um manancial de talentos e que coisa boa que as coisas começaram a florescer de novo!”

“Coach” Alexandre Pussieldi, especialista em natação