O sábado de chuva foi também de muita emoção nas primeiras decisões do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, a última etapa feminina do Circuito Mundial. Teve momentos de disputa, superação, emoção e inclusão até a definição das campeãs da temporada nas categorias PCDs.
A pernambucana Carla Cunha comemorou o tricampeonato entre as Amputadas, enquanto a capixaba Renata Bazone levou o bi na Deficientes Visuais, assim como Tiana Viana na Mastectomizadas.
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A categoria PCDs não conta pontos para o Circuito Mundial e é exclusiva do Wahine.
As disputas nas demais categorias seguem a partir de domingo (14) no pico do Solemar, na praia de Jacaraípe, em Serra, com as baterias das categorias Profissional, Pro Júnior e Máster, a partir das 9 horas.
Campeã mundial de atletismo e bicampeã no bodyboarding
“Representante da casa”, Renata Bazone não sabia nem nadar quando foi convidada pelo treinador Hudson Renato de Oliveira para pegar onda. Topou o desafio e, neste sábado, comemorou o bicampeonato do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro.
“Competi a primeira vez no ano passado e, agora, estou muito emocionada por voltar e conquistar mais esse título. Estava muito ansiosa, nem dormi direito. Senti o gostinho em 2024 e, agora, novamente. E repetindo a parceria com o meu guia, Dudu Freitas, que veio do Ceará para essa grande conexão que temos, fundamental, fazendo o diferencial na minha vida”, explicou Renata.
Diagnosticada com retinose pigmentar, Renata parou de enxergar aos poucos, principalmente após os 30 anos de idade. Assim, começou tarde no esporte. E o fez somente após perder a visão.
Escolheu o atletismo paralímpico e fez história nas pistas. Foi campeã mundial nos 800m na categoria T11 (cegueira total) e bronze nos 1.500 no Mundial de Doha, em 2015, entre outras conquistas.
Pernambucana leva o tricampeonato
Pioneira no esporte, a pernambucana Carla Cunha, que venceu as edições de 2023, 2024 e 2025, não escondeu a emoção ao comemorar o tricampeonato. Aos 43 anos, ela venceu a bateria da categoria Amputadas com 12.40 pontos.
“São três anos no Wahine, estou muito feliz. Fui a primeira mulher amputada a começar nesse esporte, em 2021, e no Wahine me encontrei, mudou a minha vida. Todas são vencedoras. Vencemos os limites que a vida nos impôs. Um show de inclusão e coragem em estar aqui”, destacou Carla.
Na Mastectomizadas, ao conquistar o bicampeonato, com 12.25 pontos, a paraibana Tiana Dantas, anunciou a sua despedida.
“Encerro minha carreira com chave de ouro aqui no Wahine. Quero agradecer, primeiramente, ao Criador, pois só quem viveu o câncer sabe o que é. O Wahine me alimenta, me dá energia. Agora, estou passando o bastão, para iniciar um novo ciclo. Muito feliz por tudo. Vim, cumpri a missão e está aberto o caminho”, afirmou.
A pentacampeã mundial Neymara Carvalho, idealizadora e organizadora do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro, participou da entrega dos troféus e destacou a força dessas mulheres.
“O discurso vem do coração. Tem de ser vivido, tem de ser emoção. E o Wahine é isso. É de todas nós, de todas vocês. Vocês ensinam muito mais a gente, do que a gente a vocês. São responsáveis por captar mais atletas para o esporte. O Wahine me fez ter esse contato e essa amizade com as participantes da PCDs”.
Neymara Carvalho, idealizadora do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro
Classificação da categoria PCDs 2025
Amputadas
- 1ª Carla Cunha, 12.40 pontos
- 2ª Cristiane Andrade; 10.25
- 3ª Letícia Oliveira, 8.40
- 4ª Vitória Regina, 5.50
Deficientes Visuais
- 1ª Renata Bazone, 9.85 pontos
- 2ª Adriele Helmer, 8.85
- 3ª Thays Mendes, 6.50
Mastectomizadas
- 1ª Tiana Dantas, 12.25
- 2ª Rangeria Amorim, 6.75
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